INTERNACIONAL

Camponeses peruanos caminham em estradas para seus povoados apesar da quarentena

Cerca de 700 camponeses peruanos pobres caminhavam em uma estrada deserta de Lima para a região andina de Huancavelica nesta terça-feira, desafiando uma quarentena nacional para o novo coronavírus

AFP
14/04/2020 às 20:19.
Atualizado em 31/03/2022 às 04:15

Cerca de 700 camponeses peruanos pobres caminhavam em uma estrada deserta de Lima para a região andina de Huancavelica nesta terça-feira, desafiando uma quarentena nacional para o novo coronavírus.

A marcha, que reúne mulheres, homens e crianças de várias idades, não cumpriu as ordens da polícia para parar perto de Lima e seguiu em direção a Huancavelica, a 425 km da capital, segundo imagens transmitidas por emissoras de televisão locais.

O governo tentou fazê-los desistir e ofereceu alojamento em uma escola, mas os camponeses rejeitaram a oferta e continuaram a caminho de suas casas, após quatro semanas de dificuldades na capital.

Os camponeses haviam ido a Lima em busca de emprego, até serem surpreendidos pela emergência de saúde, sem recursos ou acomodações. Isso ocorre no momento em que carros e ônibus não circulam pelas rotas devido à proibição interprovincial de transporte, válida de 16 de março a 26 de abril.

O grupo já percorreu cerca de 70 quilômetros desde que saiu de Lima na segunda-feira, depois de não chegar a um acordo para desistir da marcha no posto policial de Corcona, 65 km a leste da capital peruana.

As autoridades de Huancavelica, entretanto, se opõem ao seu retorno, com medo de que algumas delas estejam portando o coronavírus.

O vice-ministro de Governança Territorial, Raúl Molina, também interveio sem sucesso para interromper sua marcha.

De Huancayo, ao centro do Peru, o governo regional informou que enviaria cinco ônibus para pegar apenas os cidadãos daquela região que participavam da marcha. Antes, eles devem ser identificados e submetidos a testes COVID-19.

O Peru registrou até terça-feira 10.303 casos confirmados (+319 em comparação com segunda-feira) e 230 mortes (+23). O primeiro contágio data de 6 de março.

Todo o país está em quarentena e em estado de emergência, com toque de recolher e uso obrigatório de máscaras, entre outras medidas.

ljc/fj/llu/cc

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