COLETA DE ASSINATURAS

Campanha defende a correção da tabela do IR

Objetivo é estender iniciativa por 90 dias e aproveitar o processo eleitoral

José Ricardo Ferreira
ricardo.ferreira@gazetadepiracicaba.com.br
31/07/2018 às 09:22.
Atualizado em 19/04/2022 às 02:16

Terça-feira, 31 de julho de 2018 Representantes do Conespi (Conselho das Entidades Sindicais de Piracicaba) lançaram, nesta segunda-feira (30), na sede central do Sindicato dos Metalúrgicos, a Campanha “Correção da Tabela do Imposto de Renda Já”. Eles querem a correção de 88,4% que representam uma defasagem de pelo menos 20 anos, segundo a entidade. O Conespi espera arrecadar pelo menos 30 mil assinaturas que serão entregues, ainda esse ano, ao Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado). Inicialmente, a Campanha acontecerá nas portas das empresas onde trabalham os contribuintes que fazem parte representativa de 29 Sindicatos filiados ao Conespi. Com uma correção, o valor de isenção saltaria de cerca de R$ 1.903,98, para, aproximadamente, R$ 3.556,56. Por exemplo, por dependente, passaria de R$ 2.275,08, ao ano, para R$ 4.286,28, ao ano, segundo o Conselho. Depois da Campanha de assinaturas nas portas das fábricas, a ideia será fazer o abaixo-assinado nas praças públicas da cidade. O Conselho informou, durante coletiva de imprensa, que a Campanha para a correção da tabela quer atingir outras entidades e por isso as convida para engrossar a lista de assinaturas para serem entregues ao Congresso. O objetivo é estender a Campanha por 90 dias e aproveitar o processo eleitoral para pressionar os futuros candidatos a aderirem a ela. O abaixo-assinado será entregue às Mesas Diretoras da Câmara Federal e do Senado, para que o pedido de correção entre na peça orçamentária de 2019 e seja discutida nas Comissões Parlamentares. O presidente do Conespi, Wagner da Silveira, o Juca dos Metalúrgicos, entende que corrigir a tabela significará deixar mais dinheiro no bolso dos trabalhadores. Ele explicou que da forma que está, qualquer reajuste real dos salários cai na base de arrecadação do IR e o trabalhador, dessa forma, perde o que ganharia em dinheiro, pois passa a ser contribuinte na fonte. "O trabalhador está perdendo o poder de compra", disse. José Antonio Fernandes Paiva, presidente do Sindicato dos Bancários, explicou que, da forma que está, o IR apropria-se indiretamente dos já defasados salários dos trabalhadores. Paiva disse que o ideal é que uma nova tabela de IR tenha como base o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Esse índice tem por objetivo a correção do poder de compra dos salários, por meio da mensuração das variações de preços da cesta de consumo da população assalariada. "Esse índice deve ser aplicado na tabela do IR. É o mínimo que se espera", disse. Para Fanio Luis Gomes (presidente do Sindicato da Alimentação), a Campanha vai se espalhar pelo País a partir de Piracicaba. "Cobrar os futuros novos parlamentares para corrigirem o Imposto a partir de 2019", disse. Dentre os Sindicatos que fazem parte do Conespi estão os Metalúrgicos, Hoteleiros, Bancários e Alimentação. Para Juca e Paiva, não se corrige a tabela do IR porque o governo quer manter uma malha grande de arrecadação, porém, em suas análises, há muita sonegação e isenções que causam injustiças social e tributária no Brasil. "Doze bilhões de reais ficam nas mãos dos empregadores todos os anos. São mais de R$ 530 bilhões de sonegação", disse Paiva.

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