A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta sexta-feira (15) a permissão para seus legisladores em quarentena ou afetados pela pandemia de coronavírus votarem através de representantes no plenário
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta sexta-feira (15) a permissão para seus legisladores em quarentena ou afetados pela pandemia de coronavírus votarem através de representantes no plenário.
A medida encerra uma proibição de 200 anos desse tipo de voto nas sessões plenárias da Câmara dos Representantes ou do Senado.
A proposta democrata, aprovada por 217 votos a favor e 189 contra, visa permitir que o Congresso continue trabalhando enquanto ajuda a impedir a propagação de um vírus que matou cerca de 87.000 americanos.
A resolução autoriza que um legislador ausente dê seu voto através de um membro presente na Câmara, que deve cumprir rigorosamente a vontade do político que não está no local.
O deputado democrata Jim McGovern disse que forçar os parlamentares a voar repetidamente entre seus respectivos estados e Washington para realizar reuniões presenciais em meio a uma emergência de saúde ameaça a vida de colegas, funcionários e público em geral.
"A convocação do Congresso não deve se tornar um evento super difusor" do vírus, disse na tribuna da Câmara, enquanto usava uma máscara cirúrgica.
A nova regra permanecerá em vigor apenas durante a crise do coronavírus.
Os republicanos classificaram a medida como um ataque ao sistema representativo que muda o caráter fundamental do Congresso.
"Isso nunca foi feito na história dos Estados Unidos, nem durante a Guerra Civil, nem durante pandemias anteriores", disse a republicana Debbie Lesko, alertando que "um exemplo terrível está sendo dado".
O congressista Jim Jordan acrescentou que serviços de emergência, caminhoneiros e funcionários de mercearias "não podem atender por telefone, não podem enviar suas mercadorias, não podem ser representados no trabalho" durante a crise. "Eles têm que estar lá e fazer isso. E devemos fazer o mesmo."
Mais de um terço dos atuais 430 membros da Câmara tem 65 anos ou mais, o que os coloca no grupo de risco para a COVID-19.
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