A titular da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, qualificou nesta segunda-feira (18) como "construtiva" a proposta de um fundo de recuperação para a União Europeia (UE), apresentada por França e Alemanha, nove dias antes de apresentar a sua
A titular da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, qualificou nesta segunda-feira (18) como "construtiva" a proposta de um fundo de recuperação para a União Europeia (UE), apresentada por França e Alemanha, nove dias antes de apresentar a sua.
A proposta "reconhece o alcance e a magnitude do desafio econômico que a Europa enfrenta", informou em um comunicado Von der Leyen, destacando o papel central do futuro orçamento europeu plurianual na mesma.
O presidente francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel, propuseram a criação de um fundo de reconstrução de meio trilhão de euros no âmbito do Marco Financeiro Plurianual (MFP) 2021-2027.
"Para apoiar a recuperação sustentável, que restabeleça e reforce o crescimento na UE, Alemanha e França apoiam a criação de um fundo de reativação ambicioso, temporário e focado" no marco do próximo orçamento da UE, dotado com "500 bilhões de euros", destaca uma declaração conjunta.
Tanto Paris quanto Berlim propõem que a Comissão Europeia financie este apoio à reativação, recorrendo aos mercados da dívida em "nome da UE".
Este dinheiro será entregue depois como "gastos orçamentários" aos países e "setores e regiões mais afetados", destaca a declaração.
Segundo Macron, "os países beneficiários do plano de reativação não terão que reembolsar as ajudas", o que supõe um elemento inédito de solidariedade.
"É um dia importante", destacou o chefe de Estado francês, enquanto a questão da mutualização da dívida tem sido objeto de fortes divergências entre os países do norte e do sul da Europa.
A proposta das duas principais economias europeias aumenta a pressão sobre países como a Holanda, avessa a aumentar sua contribuição nacional ao orçamento do bloco e que defende liberar empréstimos reembolsáveis.
Itália e Espanha, os países mais afetados tanto humana quanto economicamente pela crise do novo coronavírus, defendem, ao contrário, maior solidariedade de seus parceiros europeus e transferências diretas.
A chanceler alemã afirmou que o "objetivo é tratar de que a Europa saia desta crise mais coesa e solidária".
"França e Alemanha se posicional a favor da solidariedade" europeia, disse Merkel, antes de reconhecer que esta proposta é "corajosa" e suscetível a críticas, particularmente na Alemanha.
Na semana passada, Merkel tinha aberto a via a esta iniciativa franco-alemã, ao pedir uma "maior integração" da zona do euro, a partir da decisão do Tribunal Constitucional alemão que criticava os planos de ajuda do Banco Central Europeu.
O financiamento "estará concentrado nas dificuldades relacionadas à pandemia e suas repercussões". O dinheiro será reembolsado ao longo de vários anos, segundo o comunicado, apesar do que disse Macron depois.
Não se trata, todavia, dos famosos "eurobônus", a dívida mutualizada entre os países europeus, como reivindicava a Itália, mas foi rechaçado por países do norte da Europa e por Berlim.
Mas esse plano, se adotado pelos 27 países da União Europeia, chegaria perto desse modelo.