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Brasil terá um total de 90.000 mortes acumuladas por COVID-19 até agosto, segundo nova projeção

Brasil terá cerca de 90.000 mortes por COVID-19 até agosto, segundo projeção do centro americano que assessora a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que antecipa o balanço estimado de 6

AFP
15/05/2020 às 04:48.
Atualizado em 30/03/2022 às 01:05

Brasil terá cerca de 90.000 mortes por COVID-19 até agosto, segundo projeção do centro americano que assessora a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que antecipa o balanço estimado de 6.000 mortos no México, Peru e Equador, além de cerca de 700 falecimentos na Argentina.

O Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME), da Universidade de Washington, revelou nesta semana seu modelo de estimativas para a América Latina, cujas projeções são até 4 de agosto.

"Esta análise mostra na América Latina uma grande epidemia esperada no Brasil e depois epidemias menores, mas substanciais, no México, Peru e Equador, além de uma epidemia muito menor na Argentina", disse Christopher Murray, diretor do IHME, a jornalistas na última quarta-feira.

Foram estudados nove países da América Latina que já tenham tido mais de 50 mortes pelo novo coronavírus.

De acordo com os números recolhidos até 12 de maio, o Brasil seria o mais afetado, com 88.305 mortes, em um intervalo estimado entre 30.302 e 193.786. Por outro lado, a Argentina teria apenas 680 mortes (414 a 1.420).

Em comparação, o México totalizaria 6.859 mortes por COVID-19 (3.578 a 16.795); Peru, 6.428 (2.731 a 21.724); e Equador, 5.215 (4.844 a 6.052).

A Colômbia teria 2.157 (793 a 5.890). O Panamá será o menos atingido, com 661 mortes (362 a 1.345), assim como o Chile, com 687 (421 a 1.417), e a República Dominicana, com 881 (595 a 1.435).

O modelo IHME leva em consideração a mobilidade (medida com aplicativos para telefones celulares), a sazonalidade (variações de temperatura), número de testes feitos per capita e a densidade populacional "como principais fatores para a potencialidade da transmissão", disse Murray.

O especialista disse estar ciente das dificuldades de contemplar os aspectos da saúde e da economia para a tomada de decisões, mas apontou que "do ponto de vista da saúde pública, não há sentido em afrouxar as medidas de distanciamento social quando ainda não se chegou ao pico das infecções".

O IHME alertou em comunicado que, em locais onde as infecções continuam a ocorrer e onde as evidências e o rastreamento de contatos não conseguem ser suficientes, diminuir o isolamento social pode prolongar a pandemia e levar a mais mortes, além de aumentar o risco de uma segunda onda de contágios.

Segundo Murray, para o Brasil o pico de contágio será atingido no final de junho. Ele ainda observou que o inverno na região sul "provavelmente piorará o cenário".

"No hemisfério norte, onde o aumento das temperaturas pode estar diminuindo um pouco a transmissão, o contrário poderia ser verdadeiro para os estados do sul do Brasil", com a chegada do inverno, afirmou.

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