INTERNACIONAL

Brasil registra recorde de mortos por COVID-19 e abre as portas ao tratamento com cloroquina

O Brasil, que registrou um recorde de 1.179 mortos por coronavírus nas últimas 24 horas, abriu as portas nesta quarta-feira (20) para o uso da cloroquina contra a COVID-19, que continua a avançar no Chile e em outros países da América Latina, mas parece estar cedendo na Europa

AFP
20/05/2020 às 13:04.
Atualizado em 27/03/2022 às 23:00

O Brasil, que registrou um recorde de 1.179 mortos por coronavírus nas últimas 24 horas, abriu as portas nesta quarta-feira (20) para o uso da cloroquina contra a COVID-19, que continua a avançar no Chile e em outros países da América Latina, mas parece estar cedendo na Europa.

O novo coronavírus já matou 320.000 pessoas em todo o mundo e afetou quase cinco milhões de pessoas. Além disso, paralisou a vida de mais da metade da humanidade, afundou as economias e causou medo à vida em sociedade, que levará tempo para desaparecer.

Na Europa e na Ásia, a esperança de recuperar gradualmente a vida normal coexiste com o medo de uma segunda onda, mas na América Latina e nos Estados Unidos, o pior ainda está por vir, segundo especialistas.

Em 24 horas, o Brasil registrou 1.179 mortes por coronavírus, o pior balanço diário desde o início da pandemia, que deixou 17.971 vítimas fatais no país até agora e mais de 271.000 infectadas, segundo dados oficiais.

É o país mais afetado da região e o terceiro mais atingido no mundo em número de infecções, depois dos Estados Unidos e da Rússia.

No entanto, a realidade pode ser muito pior, já que os dados oficiais são questionados por especialistas, que apontam que os números reais podem ser até 15 vezes maiores devido à falta de testes de diagnóstico.

O pico da pandemia está previsto para o início de junho no país, que já registra mais da metade das mais de 30.000 mortes na América Latina e no Caribe.

São Paulo é o epicentro da doença, com 65.995 casos e 5.147 mortes. É seguido pelo Rio de Janeiro, com 3.079 mortes e 27.805 infecções.

Nos estados do norte e nordeste, como Ceará, Amazonas e Pernambuco, a disseminação da doença causa situações dramáticas e sufoca os sistemas de saúde.

Apesar dessa situação, o presidente Jair Bolsonaro continua a se opor às medidas de quarentena e isolamento social implementadas em vários estados e cidades do país.

Em poucas semanas, dois ministros da Saúde deixaram o cargo devido a diferenças com Bolsonaro na gestão da pandemia.

Bolsonaro considera que uma paralisia da economia brasileira poderia causar danos maiores que a própria epidemia e que um número ainda maior de brasileiros morreria ou sofreria suas consequências. "O remédio seria pior que a doença", sustenta o presidente.

Nesta quarta, o ministério da Saúde ampliou sua recomendação para o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina em pacientes com sintomas leves do novo coronavírus, combinadas com o antibiótico azitromicina, respondendo a uma solicitação de Bolsonaro, apesar de sua eficácia dividir a comunidade científica mundial.

A prescrição do medicamento, usado para tratar outras doenças como a malária e que até agora era recomendada apenas em casos graves da COVID-19 devido à falta de estudos sobre sua eficácia, será "a critério do médico" e também exigirá o consentimento do paciente, conforme documento divulgado pela pasta.

Como Bolsonaro, o presidente americano Donald Trump se mostrou aberto ao uso da droga e revelou que toma um comprimido de hidroxicloroquina preventivamente todos os dias.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por