O governo federal adiantou para esta segunda-feira (18), dois dias antes do previsto, o lançamento da campanha oficial de vacinação contra o coronavírus, atendendo aos pedidos dos governadores e pressionado pelo estado de São Paulo, que iniciou no domingo a inoculação
O governo federal adiantou para esta segunda-feira (18), dois dias antes do previsto, o lançamento da campanha oficial de vacinação contra o coronavírus, atendendo aos pedidos dos governadores e pressionado pelo estado de São Paulo, que iniciou no domingo a inoculação.
"Depois de ouvir os governadores, chegamos à decisão de que hoje ainda distribuiremos todas as vacinas aos estados, todas", afirmou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, após reunião com governadores no aeroporto de Guarulhos, de onde serão enviados para todo país 4,5 milhões de doses da vacina chinesa CoronaVac.
"Acho que a gente pode começar hoje ao final do expediente", declarou.
O Rio de Janeiro, o estado com a maior taxa de mortalidade por coronavírus no país (161 por 100.000 habitantes), vacinou suas duas primeiras cidadãs -uma enfermeira e uma residente de uma casa de repouso - no Cristo Redentor ao fim da tarde.
Outros estados como Goiás e Santa Catarina também deram início a campanhas de vacinação nesta segunda-feira.
No Amazonas, duramente atingido por uma segunda onda da pandemia que causou aumento no número de mortes por falta de oxigênio nos hospitais, o carregamento deve chegar no final da tarde. A vacinação começará na manhã de terça-feira, informou o governo do estado.
Mas o governador de São Paulo, João Doria - provável adversário do Bolsonaro nas eleições de 2022 - ganhou a foto que aparece na primeira página de todos os jornais junto com Mônica Calazans, uma enfermeira negra, que no domingo se tornou a primeira brasileira a ser vacinada.
Cem pessoas foram imunizadas naquele mesmo dia e o processo continuou nesta segunda-feira no Hospital de Clínicas da capital econômica do país, voltado para profissionais da saúde.
"Estou animada e gostaria que todos os brasileiros agora tivessem acesso a esta vacina", disse Katia Pereira, uma enfermeira de serviços infantis, à AFP após receber o imunizador.
A vacinação no Brasil, onde a pandemia já deixou mais de 210 mil mortos (um balanço superado apenas pelos Estados Unidos), começa várias semanas atrás dos países mais afetados, inclusive alguns da região como Argentina, México ou Chile.
Pazuello atacou a "jogada de marketing" de Doria, enquanto Bolsonaro ficou indignado: "A vacina é do Brasil e não de um governador", disse ele a apoiadores em Brasília.
Doria conseguiu ir em frente porque a Anvisa autorizou o uso emergencial de 6 milhões de doses da CoronaVac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, no estado de São Paulo.
O Instituto Butantan pediu nesta segunda-feira a autorização para o uso de um segundo lote já disponível de 4,8 milhões de doses.
Também foi autorizado o uso de dois milhões de vacinas da britânica AstraZenevca/Oxford, em cooperação com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mas que ainda não chegaram ao país.