INTERNACIONAL

Bolsonaro mantém atitude de desafio ao novo coronavírus, que segue em propagação

Depois de minimizar durante semanas a crise de saúde, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, anunciou que contraiu o novo coronavírus, mas que está bem, no momento em que a pandemia não cede no país e, segundo a OMS, tampouco alcançou o pico mundial

AFP
08/07/2020 às 09:48.
Atualizado em 26/03/2022 às 17:43

Depois de minimizar durante semanas a crise de saúde, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, anunciou que contraiu o novo coronavírus, mas que está bem, no momento em que a pandemia não cede no país e, segundo a OMS, tampouco alcançou o pico mundial.

Bolsonaro anunciou na terça-feira em Brasília que testou positivo para a COVID-19. Ele disse que sentiu "cansaço, febre e mal-estar".

Mas o diagnóstico não mudou sua atitude desafiante a respeito da doença.

"Eu gosto de estar no meio do povo. Então tendo em vista esse meu contato com povo, bastante intenso nos últimos meses, eu achava até que já tivesse contraído sem ter percebido", afirmou Bolsonaro.

Ao falar com os jornalistas, o presidente deu vários passos para trás e removeu a máscara para mostrar o rosto para as câmeras. O gesto levou a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) a denunciar a atitude de Bolsonaro que, sabendo que está doente, não respeitou as normas de segurança e colocou em risco a vida dos repórteres.

O presidente, de 65 anos, afirmou que está fazendo tratamento com hidroxicloroquina e azitromicina.

Em um vídeo, ele aparece tomando a "terceira dose" de hidroxicloroquina. "Estou muito melhor que no sábado. Então com toda certeza está dando certo", afirmou, sorridente, antes de ingerir um comprimido com água. "Eu confio na hidroxicloroquina, e você?", completa.

Bolsonaro participou em vários eventos públicos sem usar máscara e criticou as medidas de isolamento social impostas em vários estados devido ao impacto econômico.

Além disso, vetou nos últimos dias artigos da lei sobre o uso das máscaras em locais públicos para enfrentar a pandemia no Brasil, segundo país mais afetado pela pandemia, atrás apenas dos Estados Unidos, com 1,6 milhão de casos e 66.741 vítimas fatais.

Em todo o mundo foram registrados 11,8 milhões de contágios e mais de 544.000 mortes desde que a COVID-19 surgiu em dezembro na China.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a epidemia "acelera", depois de registrar 400.000 novos casos no fim de semana passado, e "ainda não atingiu o pico".

A OMS também reconheceu que há "novas provas" sobre a possível transmissão pelo ar do vírus SARS-CoV-2, responsável pela crise de saúde, depois que vários cientistas alertaram que a distância de segurança de dois metros pode ser insuficiente.

Na terça-feira, os Estados Unidos bateram um novo e triste recorde de infecções: 60.000 em 24 horas.

O país registra um balanço total de quase três milhões de contagiados, com 131.362 mortes. Várias zonas das regiões sul e oeste do país foram obrigadas a recuar na flexibilização do confinamento.

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