A Bolívia vota neste domingo (7) para eleger novos governadores e prefeitos, em uma eleição em que um conglomerado de opositores de direita e de centro lideram as pesquisas nas principais cidades do país
A Bolívia vota neste domingo (7) para eleger novos governadores e prefeitos, em uma eleição em que um conglomerado de opositores de direita e de centro lideram as pesquisas nas principais cidades do país.
Cerca de 7,1 milhões de bolivianos são convocados a votar obrigatoriamente em nove nove governadores e 336 prefeitos e seus respectivos membros da assembleia regional e vereadores municipais.
"Depois de recuperar a democracia em 2020, hoje cabe a nós eleger nossos representantes territoriais", afirmou o presidente, Luis Arce, em sua conta no Twitter.
Arce venceu as últimas eleições presidenciais com 55% dos votos, mas as pesquisas preveem um cenário complexo para seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS) e seu mentor, o ex-presidente Evo Morales, nas quatro principais cidades do país.
De acordo com as últimas pesquisas de opinião das emissoras privadas Unitel e Red Uno, a oposição desponta como favorita para ganhar as prefeituras de La Paz e sua vizinha El Alto, além de Cochabamba (centro) e Santa Cruz (leste), os locais mais cobiçados pelos políticos.
As mesmas pesquisas indicam que os opositores também levariam o governo de Santa Cruz, enquanto disputam centímetro a centímetro com a situação o controle de La Paz e perderiam em Cochabamba.
O dia foi marcado pelo novo confronto entre o MAS e a Organização de Estados Americanos (OEA).
O presidente boliviano declinou participar de um ato oficial do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), ao qual estava convidado.
"Enquanto a OEA estiver, nós não vamos aceitar nenhum convite do órgão eleitoral", disse o governante para depois acrescentar: "vocês [os jornalistas] sabem o papel nefasto da OEA nas eleições de 2019".
A OEA realiza um trabalho de observação nestas eleições, como já tinha feito nas anteriores.
O MAS acusa o organismo internacional de ter feito parte de um suposto golpe de Estado contra o então presidente e candidato à reeleição, Evo Morales, no poder desde 2006, pois revelou que o governo havia cometido "irregularidades" durante o processo eleitoral.
Os opositores protagonizaram dias de protestos em que denunciaram fraude nas urnas por parte de Morales.
Consultado sobre a declaração do presidente, Salvador Romero, presidente do TSE, disse que "não comenta as declarações nem de líderes políticos, nem de autoridades".