A funcionários da agência reguladora da aviação civil nos Estados Unidos realizaram nesta segunda-feira (29) o primeiro voo para voltar a certificar o Boeing 737 MAX, um estágio crucial para a sobrevivência do carro-chefe da fabricante, que está em terra há mais de um ano após dois acidentes fatais
A funcionários da agência reguladora da aviação civil nos Estados Unidos realizaram nesta segunda-feira (29) o primeiro voo para voltar a certificar o Boeing 737 MAX, um estágio crucial para a sobrevivência do carro-chefe da fabricante, que está em terra há mais de um ano após dois acidentes fatais.
Também nesta segunda, a Boeing recebeu a informação que a companhia aérea norueguesa Air Shuttle, de baixo custo, anunciou o cancelamento de uma encomenda de 97 aeronaves e afirmou estar buscando compensação pelas perdas sofridas pela não utilização dos aviões.
Esse modelo de aeronave está fora de uso desde 13 de março de 2019, após o acidente da Ethiopian Airlines, no qual 157 pessoas morreram. A queda ocorreu meses depois da queda do Lion Air MAX no Mar de Java, causando 189 mortes em outubro de 2018.
No teste desta segunda, a aeronave decolou às 16H55 GMT (13h55 de Brasília) de uma pista da Boeing em Seattle, segundo um porta-voz da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA).
O teste durou várias horas e terminou às 21H15 GMT (18h15 de Brasília), segundo um fotógrafo da AFP.
Os testes incluem "uma ampla gama de manobras e procedimentos de emergência para avaliar se as mudanças atendem aos padrões de certificação da FAA", anunciou o porta-voz que acrescentou que as análises vão durar cerca de três dias.
Esse modelo da aeronave foi questionado por autoridades da aviação em todo o mundo devido a semelhanças preocupantes entre os dois acidentes, que ocorreram logo após a decolagem.
Nos dois casos, os relatórios denunciaram que os pilotos não conseguiram manobrar o avião.
Durante meses, a Boeing trabalhou para que sua aeronave para médias distâncias - cujas vendas eram sua principal fonte de receita - voasse novamente.
Nos dois acidentes, as investigações apontaram para o sistema anti-desestabilização do MCAS, mas também foram detectadas irregularidades no sistema a cabo quando a empresa estava trabalhando em modificações no dispositivo, o que atrasou o processo de retorno ao serviço.
Por semanas, o fabricante aguardou a luz verde das autoridades para iniciar os voos de teste.
Embora a nova certificação seja uma etapa crucial, o regulador lembrou que o processo para que essas aeronaves voem novamente é mais longo.
"Embora os voos de certificação sejam uma etapa importante, existem várias tarefas importantes a serem concluídas", acrescentou o representante do órgão regulador, que reiterou que a agência "deliberará" e "revisará minuciosamente" o trabalho da Boeing antes do avião poder voar novamente.
As autoridades aeronáuticas devem testar as modificações feitas no avião, observando seu comportamento em voo e analisando também milhares de dados sobre o trajeto.
No entanto, a FAA já advertiu que estes testes não serão suficientes, já que o regulador foi acusado, após os dois acidentes, de uma relação estreita demais com a fabricante e atualmente há várias investigações em andamento, inclusive uma no Congresso americano.