Fortalecido pela ampla vitória na Carolina do Sul e a desistência surpreendente de seu jovem adversário moderado, Pete Buttigieg, Joe Biden espera agora emergir da Superterça como o único candidato a deter Bernie Sanders nas primárias democratas que definirão o nome do partido para disputar as eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos
Fortalecido pela ampla vitória na Carolina do Sul e a desistência surpreendente de seu jovem adversário moderado, Pete Buttigieg, Joe Biden espera agora emergir da Superterça como o único candidato a deter Bernie Sanders nas primárias democratas que definirão o nome do partido para disputar as eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos.
Mas antes de reduzir a corrida democrata a um duelo de septuagenários com posições muito diferentes, o ex-vice-presidente de Barack Obama deverá ter em conta durante a ampla disputa eleitoral de terça um terceiro competidor: Mike Bloomberg, também septuagenário.
O empresário nova-iorquino de 78 anos, um dos dez homens mais ricos do mundo, usa uma tática inédita, pois saltou os quatro primeiros estados (Iowa, New Hampshire, Nevada e Carolina do Sul) a votar nas primárias.
Bloomberg, que já investiu mais de 500 milhões de dólares em propaganda política - um recorde - joga alto para sua entrada na disputa desta terça (3) nos 14 estados que vão votar na chamada "Super Tuesday".
Um marcado resultado negativo praticamente quebraria sua campanha antes de emergir e deixaria Biden como o único moderado diante de Sanders, o autoproclamado "socialista democrata", cujas ideias esquerdistas inquietam parte da classe política democrata.
"As pessoas não querem uma revolução", disse Biden no domingo, no dia seguinte à sua ampla vitória na Carolina do Sul, apresentando-se uma vez mais, valendo-se de sua ampla carreira política, como o candidato mais bem posicionado para tirar Donald Trump da Casa Branca.
"A "Super Tuesday" é uma questão de dinâmica e a dinâmica está conosco", insistiu nesta segunda-feira em declarações à CNN Kate Bedingfield, uma das encarregadas de sua equipe de campanha.
Revanchista - "A mídia e os analistas tinham nos enterrado" -, o ex-vice-presidente também reservou uma alfinetada para Bloomberg, que no passado militou nas fileiras republicanas antes de mudar de lado: "O Partido Democrata quer um democrata (...), não um ex-republicano".
Biden, que fazia campanha no Texas nesta segunda-feira, também espera aproveitar em grande medida a saída de Pete Buttigieg, que professava as mesmas ideias moderadas.
O próprio Trump fez essa análise no domingo: "Pete Buttigieg está fora. Todos os seus votos da "Super Tuesday" irão para o sonolento Joe Biden. Muito oportuno", escreveu o presidente no Twitter. "Os democratas começam realmente a tirar Bernie do jogo".
Desconhecido há um ano, "Mayor Pete", ex-prefeito de uma cidade de Indiana, progressivamente subiu os principais escalões da corrida democrata até vencer no começo de fevereiro a primeira votação das primárias, em Iowa.
Mas seus decepcionantes resultados em Nevada e na Carolina do Sul lançaram luz sobre sua dificuldade em atrair os eleitores negros e hispânicos, e o jovem de 38 anos, homossexual assumido, declarou sua retirada a fim de "unir" o partido para derrotar Trump em 3 de novembro.
Segundo a empresa Morning Consult, seus votos seriam distribuídos em partes iguais entre Bernie Sanders, Joe Biden e Mike Bloomberg.
Na véspera da Superterça, as pesquisas são amplamente favoráveis a Sanders. O senador liderava em três (Califórnia, Texas e Virgínia) dos quatro estados com o maior número de delegados para a convenção que decidirá no final de julho o nome do candidato democrata que vai disputar a eleição presidencial.