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Biden soma apoios, mas tem menos exposição que Trump por confinamento

A crise do coronavírus deixou Joe Biden, o candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, confinado em sua casa, em um momento em que uma nova acusação de abuso sexual ameaça sua tentativa de derrotar o presidente Donald Trump nas eleições de novembro

AFP
27/04/2020 às 17:09.
Atualizado em 31/03/2022 às 01:56

A crise do coronavírus deixou Joe Biden, o candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, confinado em sua casa, em um momento em que uma nova acusação de abuso sexual ameaça sua tentativa de derrotar o presidente Donald Trump nas eleições de novembro.

Apesar do fato de Biden ter conquistado apoio significativo nas últimas semanas, como do ex-presidente Barack Obama e de seu ex-rival nas primárias Bernie Sanders, seu nome desapareceu do noticiário por conta do confinamento causado pela pandemia da COVID-19.

Nesta segunda-feira (27), Biden ganhou o apoio da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, que enfatizou que durante a emergência do coronavírus "ele era uma voz da razão e da resiliência com uma estratégia clara" para sair da crise.

Biden, de 77 anos, agradeceu o apoio da poderosa e popular Pelosi e se declarou "extraordinariamente honrado".

O ex-vice-presidente não é ainda o candidato oficial do Partido Democrata, o que será anunciado na convenção nacional, que foi adiada para agosto devido ao coronavírus.

Mas após a desistência de Sanders, Biden desfruta de um espaço privilegiado que Hillary Clinton não possuía em 2016, pois precisou esperar até junho para ser declarada vencedora nas primárias.

A crise da COVID-19 nos Estados Unidos, onde há quase um milhão de casos confirmados, forçou a suspensão da campanha, e a presença de Biden é limitada a declarações virtuais feitas a partir de um estúdio de televisão instalado no porão de sua casa.

Mas seus discursos não têm o tempo de exposição que outras personalidades democratas, como o governador de Nova York, Andrew Cuomo, ou a própria Pelosi possuem na mídia.

Sua falta de brilho e energia não passaram despercebidos pelos republicanos e especialmente por Trump, que zomba de sua aparência de confinado.

Do outro lado da balança, Trump beira a superexposição, com declarações às vezes precipitadas, como quando na semana passada sugeriu ao vivo em uma conferência de imprensa o uso de injeção de desinfetante para combater o coronavírus.

"Biden fará desta eleição um referendo sobre Trump", diz Kyle Kondik, cientista político da Universidade da Virgínia.

"O fato de Trump dominar hoje, e não Biden, não é um problema", diz o acadêmico, que ressalta que isso não levou a um aumento no apoio ao presidente.

Mas há outra frente que ameaça sua candidatura, uma antiga acusação de agressão sexual que sua equipe nega.

Tara Reade, uma funcionária que trabalhava em seu escritório na década de 1990, afirmou em um podcast transmitido em março que o então senador a assediava e agredia sexualmente.

Vários meios de comunicação americanos relataram o caso, que a equipe de campanha de Biden negou.

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