O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, tenta nesta quinta-feira (14), um dia após a acusação de Donald Trump, retomar o controle detalhando as prioridades dos primeiros cem dias de seu mandato, que correm o risco de ser ofuscados pelo processo de impeachment contra seu antecessor
O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, tenta nesta quinta-feira (14), um dia após a acusação de Donald Trump, retomar o controle detalhando as prioridades dos primeiros cem dias de seu mandato, que correm o risco de ser ofuscados pelo processo de impeachment contra seu antecessor.
O democrata tomará posse em 20 de janeiro, numa Washington transformada em um campo entrincheirado desde o ataque ao Capitólio na semana passada por partidários do presidente republicano.
Agora é urgente que Joe Biden volte ao seu programa, depois de uma semana que abalou a maior potência mundial.
À noite, ele deve apresentar, de seu reduto de Wilmington, Delaware, uma série de "projetos legislativos para financiar vacinas e prestar ajuda imediata e direta às famílias", em face da pandemia e da crise econômica, segundo sua equipe de transição.
Ele deve aproveitar a oportunidade para lançar "um apelo" ao seu campo democrata e aos seus adversários republicanos para "adotar suas propostas rapidamente no Congresso".
Na quarta-feira à noite, após a votação que rendeu a Donald Trump o título inglório de primeiro presidente americano alvo de um segundo "impeachment", Joe Biden pediu ao Senado que conciliasse "o processo de impeachment" e o avanço de "assuntos urgentes da nação".
"Esta nação permanece sob a ameaça de um vírus mortal e uma economia vacilante", alertou, enquanto o país continua a bater recordes de mortes diárias por covid-19 e pode superar até sua posse os 400.000 mortos.
O futuro presidente também deixou transparecer sua preocupação em ver um Congresso monopolizado pelo julgamento de Donald Trump por "incitamento à insurgência", relegando para segundo plano as audiências de confirmação de membros de seu governo, essenciais para permitir que passe rapidamente para a ação.
E o clima de confronto partidário que poderia acompanhar os debates também ameaça a promessa de "reconciliação" e "união" do candidato Biden.
Porque agora que o "impeachment" foi votado na Câmara de Representantes pelos democratas, mas também, notadamente, por dez republicanos, a continuação do procedimento permanece muito incerta.
A presidente da Câmara Baixa, Nancy Pelosi, ainda não disse quando pretende encaminhar a acusação à Câmara Alta, que é constitucionalmente responsável pelo julgamento.
E o Senado, que passará em 20 de janeiro para o controle democrata, não se reunirá até o dia anterior. A data do julgamento não foi definida.
Mesmo que o acusado seja posteriormente um ex-presidente e que, portanto, a aposta de destituí-lo do poder tenha desaparecido, tal julgamento corre o risco de capturar toda a atenção da mídia.
Por um lado, porque "se o presidente for considerado culpado, haverá outra votação para proibi-lo de ser candidatar novamente", advertiu na quarta-feira Chuck Schumer, que se prepara para assumir as rédeas da maioria democrata no Senado.