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Biden promete 'reconstruir os EUA' em sua primeira aparição ao lado de Kamala

O candidato democrata à presidência americana, Joe Biden, apareceu nesta quarta-feira em Delaware pela primeira vez acompanhado da sua companheira de chapa, Kamala Harris, e disse que sua campanha busca "reconstruir os Estados Unidos"

AFP
12/08/2020 às 20:14.
Atualizado em 25/03/2022 às 16:50

O candidato democrata à presidência americana, Joe Biden, apareceu nesta quarta-feira em Delaware pela primeira vez acompanhado da sua companheira de chapa, Kamala Harris, e disse que sua campanha busca "reconstruir os Estados Unidos".

O discurso, pronunciado em uma escola do estado onde Biden reside, representa um marco em sua campanha, na qual Kamala busca entrar para a História como a primeira mulher a se tornar vice-presidente dos Estados Unidos.

"Temos uma crise de saúde pública", assinalou Biden, que prometeu que seu governo irá arrumar "o desastre que o presidente Trump e seu vice criaram em casa e no exterior".

A questão da pandemia permeou todo o ato. A dupla entrou de máscara no local do discurso. "Ela sabe o que está em jogo", afirmou Biden, que destacou a origem de Kamala, cujo pai é jamaicano e a mãe nasceu na Índia. "Ela sabe pessoalmente como as famílias de imigrantes enriquecem o país."

Nesta terça-feira, Biden - que lidera as pesquisas de opinião - pôs fim às expectativas ao anunciar que Kamala, senadora negra que representa a Califórnia, será seu segundo no comando na disputa contra o presidente Donald Trump, decisão qualificada como histórica.

Antes de Kamala, duas mulheres concorreram à vice-presidência, Geraldine Ferraro em 1984 e Sarah Palin em 2008, mas nunca antes houve uma candidata dos partidos majoritários negra ou sul-asiática como Kamala.

Aos 55 anos, Kamala está em uma posição privilegiada para a campanha de 2024, já que Biden, de 77 anos, deu a entender que, se vencer, pode não concorrer a um segundo mandato.

A aparição desta quarta-feira antecede a Convenção Democrata que começa na próxima segunda-feira, onde Biden e Kamala serão formalmente ungidos como candidatos.

No entanto, este evento não terá a pompa de outros anos, pois será em grande parte virtual devido à pandemi, que reduziu a campanha a uma série de aparições pontuais, sem os tradicionais comícios e quase sem deslocamentos.

Uma semana depois, o presidente Donald Trump receberá a confirmação de seu partido e com isso a campanha entra na reta final com três debates marcados até 3 de novembro.

A escolha de Kamala, um rosto conhecido que é uma aposta segura, tem o objetivo de incentivar o voto de comunidades negras que podem ser cruciais em vários estados-chave para chegar à Casa Branca e que foram fundamentais na campanha de Biden durante as primárias.

Sua origem também pode atrair muitos eleitores, incluindo a comunidade latina. "Estamos confiantes de que Kamala, como filha de imigrantes e com grande experiência no serviço público, é a líder certa para lutar por justiça social e econômica", destacou a organização latina CASA. Para a Liga dos Cidadãos Latinos dos Estados Unidos (LULAC), os EUA estão "testemunhando a história".

Com os protestos em massa contra o racismo após a morte de George Floyd, um negro americano assassinado por um policial branco em 25 de maio, aumentaram as expectativas de que Biden nomearia uma mulher afro-americana para acompanhá-lo.

"Estamos experimentando um ajuste de contas moral com o racismo e a injustiça sistêmica, que levou uma nova coalizão de consciência às ruas do nosso país exigindo mudança", assinalou Kamala em seu discurso.

Com a opção por Kamala, caracterizada por sua eloquência e estilo discursivo polido quando era procuradora e nas audiências como senadora, Biden obedeceu o principal critério na escolha de vice-presidente, que é "não gerar dano".

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