O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que prometeu nesta quarta-feira (27) que seu país liderará a luta para enfrentar a "ameaça existencial" da crise climática, anunciou uma série de novas medidas e convocou uma cúpula mundial sobre o clima para abril
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que prometeu nesta quarta-feira (27) que seu país liderará a luta para enfrentar a "ameaça existencial" da crise climática, anunciou uma série de novas medidas e convocou uma cúpula mundial sobre o clima para abril.
As medidas anunciadas incluíram a suspensão de perfurações de petróleo e gás em terras federais e em alto-mar. Com isso, o presidente começou a cumprir algumas de suas principais promessas de campanha.
"Já esperamos demais para enfrentar esta crise climática", disse. "Não podemos esperar mais. Nós o vemos com nossos próprios olhos, o sentimos. Sabemos com nossos ossos", acrescentou.
"Hoje assinei uma ordem executiva para potencializar o ambicioso plano da nossa administração para enfrentar a ameaça existencial das mudanças climáticas", continuou, acrescentando: "Devemos liderar a resposta global".
Biden nomeou o ex-secretário de Estado, John Kerry, como seu enviado internacional para o clima e disse que os Estados Unidos serão os anfitriões de uma Cúpula de Líderes sobre o Clima em 22 de abril, coincidindo com o quinto aniversário da assinatura do Acordo de Paris sobre as Mudanças climáticas.
Espera-se que os Estados Unidos, país que é o segundo maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, anuncie nesta reunião objetivos mais ambiciosos de redução destas emissões, sob o impulso da especialista ambiental Gina McCarthy.
Kerry disse anteriormente que os Estados Unidos estariam dispostos a trabalhar com a China nas negociações climáticas, apesar das desavenças existentes entre as duas potências em vários temas, do roubo de propriedade intelectual a tensões no Mar da China Meridional.
"Estes assuntos nunca serão negociados por nada que tenha a ver com o clima, isso não vai acontecer. Mas o clima é um problema independente e crítico que temos que abordar", disse.
John Morton, ex-diretor de Energia e Mudanças Climáticas na Casa Branca durante a Presidência de Barack Obama e atual integrante da empresa de assessoria climática Pollination, disse à AFP que "não há nenhuma dúvida de que as mudanças climáticas serão a prioridade central de toda essa administração".
As medidas desta quarta-feira "anunciam a liderança de que precisamos desesperadamente para abordar a injustiça ambiental e nossa emergência climática", comentou a presidente da Earthjustice, Abigail Dillen.
O principal anúncio desta quarta-feira foi a suspensão dos novos contratos federais de perfuração, um tema politicamente explosivo na campanha eleitoral, particularmente no estado da Pensilvânia.
No entanto, Biden também deixou claro que não proibirá o "fracking" (fraturamento hidráulico), uma técnica que transformou os Estados Unidos nos maiores produtores mundiais de gás natural, mas que provoca severos danos ambientais.
Biden se comprometeu também a que as considerações climáticas façam parte da política externa e de segurança nacional dos Estados Unidos.
Disse, ainda, que voltará a convocar um conselho de assessores científicos e instará as agências governamentais a assistir as populações mais afetadas no campo ambiental.