INTERNACIONAL

Biden contra-ataca e acusa tóxico' Trump de 'fomentar' a violência nos EUA

O candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, acusou o presidente Donald Trump de "fomentar" a violência que explodiu nos Estados Unidos à margem dos protestos antirracistas dos últimos dias, descrevendo o republicano como "tóxico", a dois meses das eleições americanas

AFP
31/08/2020 às 20:26.
Atualizado em 25/03/2022 às 11:44

O candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, acusou o presidente Donald Trump de "fomentar" a violência que explodiu nos Estados Unidos à margem dos protestos antirracistas dos últimos dias, descrevendo o republicano como "tóxico", a dois meses das eleições americanas.

Após meses de reclusão devido à pandemia, Biden reapareceu na Pensilvânia, um tradicional bastião democrata que há quatro anos optou por Trump nas urnas, para responder aos ataques do atual presidente, que o chama de "fraco" e se apresenta como o único capaz de garantir "a lei e a ordem".

O ex-vice-presidente de Barack Obama, que lidera as pesquisas para as eleições de 3 de novembro, contra-atacou, descrevendo seu rival republicano como "uma presença tóxica" há quatro anos, alguém que não só "não foi parte da solução" como "é parte do problema".

As históricas manifestações contra o racismo que sacodem os Estados Unidos, que começaram com o assassinato de George Floyd por um policial branco em maio, também resultaram nas últimas semanas em saques, tiroteios e ações de justiceiros de direita em Kenosha, Wisconsin, e Portland, Oregon.

"Os incêndios queimam e temos um presidente que alimenta as chamas ao invés de lutar contra elas", criticou Biden em discurso de 22 minutos baseado na pergunta: "Realmente se sentem mais seguros com Donald Trump?".

"Este presidente perdeu há muito tempo qualquer liderança moral neste país. Ele não pode parar a violência, porque durante anos a fomentou", afirmou o candidato democrata em Pittsburgh.

"Ele pode acreditar que pronunciar as palavras "lei e ordem" o torna forte, mas seu fracasso em pedir a seus próprios seguidores que parem de agir como uma milícia armada neste país mostra como ele é fraco", completou Biden.

A violência "piora as coisas e precisa acabar", continuou Biden, citando dois ícones americanos dos direitos civis e defensores da resistência pacífica: Martin Luther King Jr. e o recém-falecido John Lewis.

"Saquear não é protestar. Atear fogo não é protestar. Nada disso tem a ver com protestar. É anarquia, ponto final, e quem faz isso deve ser processado", lembrou.

A cidade de Kenosha, em Wisconsin, outro estado-chave nas eleições, está submergido em fortes tensões desde 23 de agosto, quando um jovem negro, Jacob Blake, foi baleado pelas costas por um policial branco.

Aos protestos do movimento "Black Lives Matter" (BLM, vidas negras importam) somaram-se distúrbios e um adolescente de 17 anos, partidário de Trump, foi acusado de matar dois manifestantes na semana passada.

Em Portland, epicentro dos protestos do BLM, um homem que usava um boné com a logo do grupo direitista Patriot Prayer foi baleado no sábado em circunstâncias confusas durante confrontos entre manifestantes antirracistas e apoiadores de Trump.

O presidente viajará a Kenosha nesta terça-feira para reforçar a mensagem de que a polícia está sitiada em cidades governadas por democratas, o que coloca em risco o "sonho americano".

A porta-voz de Trump, Kayleigh McEnany, afirmou que não há previsão de encontro do atual presidente com a família de Blake, que ficou paralítico após a agressão policial.

"Atualmente, os planos são reunir-nos com a polícia local e alguns donos de comércios e avaliar os danos", declarou McEnany à imprensa na Casa Branca.

Trump acusa os democratas de frouxidão nos estados que governam, já que parte da polícia depende das autoridades locais.

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