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Bernie Sanders, o socialista que não chegará à Casa Branca

Por 40 anos, Bernie Sanders tem promovido, de forma contundente, ideias socialistas nos Estados Unidos, onde muitos as consideram utópicas ou nefastas

AFP
08/04/2020 às 17:18.
Atualizado em 31/03/2022 às 04:08

Por 40 anos, Bernie Sanders tem promovido, de forma contundente, ideias socialistas nos Estados Unidos, onde muitos as consideram utópicas ou nefastas. Nesta quarta-feira, ele desistiu da disputa pela nomeação do Partido Democrata, depois de influenciar profundamente a esquerda americana nos últimos meses.

Aos 78 anos, o senador de Vermont jogou a toalha quando a vitória já parecia impossível após os triunfos de Joe Biden nas últimas primárias antes da pandemia de coronavírus.

O ex-vice-presidente de Barack Obama garantiu assim sua posição para concorrer com o presidente Donald Trump nas eleições de 3 de novembro.

Após um ano de duras campanhas, quase suspensas pela epidemia, a pressão para que Sanders desistisse se tornou cada vez maior.

Há apenas algumas semanas, tudo parecia fluir positivamente para o senador que se define como um "socialista democrático", critica as desigualdades e defende o aumento dos impostos sobre a riqueza.

A ala mais moderada dos democratas iniciou as primárias dividida entre vários candidatos, enquanto Sanders reuniu multidões apaixonadas e contou com as contribuições de muitos pequenos doadores.

O político veterano saiu das três primeiras eleições em Iowa, New Hampshire e Nevada como o principal favorito nas primárias.

Sua influência ficou evidente após denunciar, em 2016, a "corrupção" do capitalismo que favorece os milionários de Wall Street sobre os trabalhadores e o sistema de saúde que desampara milhões de pessoas.

Em 2020 quase todos os democratas abordaram essas questões em suas campanhas. Mas Sanders, famoso por seu temperamento difícil, já havia cativado jovens com seu discurso em defesa dos trabalhadores em 2016.

Quatro anos depois, os apoiadores do senador de Vermont, um estado de maioria branca, aumentaram e passaram a incluir minorias, fundamentais no eleitorado democrata.

No início de 2020, depois de se recuperar de um ataque cardíaco em outubro, retomou a campanha com força.

Mais uma vez, o socialista viu seus adversários se unirem contra ele.

Na véspera da "super terça" de 3 de março, dois candidatos moderados, Pete Buttigieg e Amy Klobuchar, abandonaram a corrida e apoiaram Biden, iniciando uma frente contrária a Sanders.

Em seguida, o bilionário Michael Bloomberg também se retirou e endossou o ex-vice-presidente.

Para eles, o homem que passou a lua de mel em Moscou e defendeu aspectos do regime sandinista na Nicarágua ou o castrismo em Cuba não teria condições de derrotar Trump.

Ele denunciou que o "sistema" do Partido Democrata o forçou a se retirar para favorecer Biden.

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