Uma cúpula de combate à covid-19 começou nesta segunda-feira (1º) em Berlim presidida por Angela Merkel, ao mesmo tempo em que cresceram as críticas contra seu governo e a União Europeia por causa da lentidão nas vacinações
Uma cúpula de combate à covid-19 começou nesta segunda-feira (1º) em Berlim presidida por Angela Merkel, ao mesmo tempo em que cresceram as críticas contra seu governo e a União Europeia por causa da lentidão nas vacinações.
O ministro da Saúde, Jens Spahn, alertou para que não se espere um milagre desta reunião que reúne chefes de governo regionais, representantes da UE e grupos farmacêuticos.
"Uma cúpula não produzirá mais vacinas por si mesma", declarou.
No entanto, as discussões começaram com notícias positivas, com o compromisso de vários laboratórios em acelerar a produção de vacinas.
O laboratório alemão BioNTech prometeu nesta segunda-feira entregar à UE até 75 milhões de doses da vacina desenvolvida com a americana Pfizer no segundo trimestre. Os dois sócios esperam "aumentar a oferta a partir da semana de 15 de fevereiro".
Pouco depois, a gigante farmacêutica alemã Bayer garantiu que produzirá a partir de 2022 a vacina contra o coronavírus que a empresa desse mesmo país está desenvolvendo, a CureVac, atualmente "em processo de certificação", segundo o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn.
A meta da empresa é produzir 160 milhões de doses em 2022. Essas capacidades se somam à produção da rede existente da CureVac de 300 milhões de doses neste ano e 1 bilhão em 2022, explicou Franz-Werner Haas, presidente da CureVac.
Na véspera, a presidente da Comissão Europeia Ursula Von der Leyen indicou que o laboratório anglo-sueco AstraZeneca, que tem causado forte indignação entre os líderes europeus por causa dos atrasos de produção, vai finalmente aumentar em 30% as entregas de sua vacina no primeiro trimestre, imunizante autorizado na sexta-feira nos mercados europeus.
A empresa "fornecerá 9 milhões de doses suplementares", ou seja, 40 milhões de doses no total, e "começará as entregas uma semana antes do planejado", anunciou Van der Leyen.
O objetivo é tentar acelerar a campanha de vacinação, que avança lentamente na Alemanha e em muitos outros países europeus.
A imprensa alemã criticou sem piedade a UE nesta segunda-feira, acusada de ter encomendado as vacinas tarde demais e de ter negociado mal, especialmente com a AstraZeneca.
A Europa atualmente tem um saldo vacinal menor do que o Reino Unido, e os apoiadores do Brexit veem isso como uma confirmação da boa decisão do país em ter deixado a UE.
É "uma declaração de fracasso para Bruxelas, um teste da incapacidade dos 27 Estados-membros", critica o jornal popular alemão Bild.
"Como você pode, na crise mais grave desde a Segunda Guerra Mundial, descuidar tanto do fornecimento de vacinas?", questiona por sua vez Der Spiegel.