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Beau Biden, o 'fantasma' mais presente na campanha eleitoral americana

Joe Biden voltou a prestar homenagem ao filho Beau, que morreu vítima de câncer em 2015, durante o primeiro debate presidencial para as eleições de 3 de novembro, mais um sinal do grande papel ele tem na campanha do candidato democrata para chegar à Casa Branca

AFP
02/10/2020 às 11:15.
Atualizado em 24/03/2022 às 13:31

Joe Biden voltou a prestar homenagem ao filho Beau, que morreu vítima de câncer em 2015, durante o primeiro debate presidencial para as eleições de 3 de novembro, mais um sinal do grande papel ele tem na campanha do candidato democrata para chegar à Casa Branca.

"Embora ele não esteja mais conosco, todos os dias ele continua a inspirar o próximo presidente dos Estados Unidos", anunciou uma voz em off na Convenção Nacional Democrata, quando o ex-vice-presidente aceitou formalmente a indicação do partido em agosto.

Desde que Beau Biden morreu em 2015, aos 46 anos, vítima de câncer cerebral, o pai cita seu nome, emocionado, em quase todas as oportunidades. E as homenagens se tornaram mais intensas recentemente, depois de um artigo na imprensa que acusou Donald Trump de chamar de "perdedores" os soldados americanos mortos em combate.

Procurador-geral do estado de Delaware (2007 a 2015), reservista do Exército enviado ao Iraque, Beau Biden cogitou durante algum tempo a ideia de tentar suceder ao pai no Senado e parecia destinado a atuar na política nacional.

"Meu filho (...) não foi um perdedor", disse Joe Biden, elevando a voz, no debate de terça-feira em Cleveland, Ohio.

Mas, após a simples menção do falecido filho, com uma imagem idealizada, o presidente republicano imediatamente respondeu e citou seu irmão, de vida mais atribulada: "Está falando de Hunter?".

Aos 50 anos, este advogado e assessor se encontra no centro do caso que rendeu a Trump um histórico processo de impeachment. Os democratas acusaram o presidente dos Estados Unidos de abusar de seu cargo, ao pressionar a Ucrânia para que investigasse os negócios de Hunter Biden, quando seu pai era vice-presidente de Barack Obama.

Trump foi absolvido no Senado, mas continua insistindo em que Biden e seu filho são "corruptos", por terem permitido que este último usasse seu nome para obter contratos lucrativos. Além da acusação, Trump mencionou, na terça-feira, o uso de drogas - algo que o próprio Hunter já admitiu.

Indignado, o democrata respondeu para milhões de americanos que enfrentam problemas similares em suas famílias: "Ele superou. E estou orgulhoso dele".

Para continuar com suas homenagens, Joe Biden apareceu diante dos jornalistas com um boné com o nome da fundação Beau Biden, que luta contra o abuso infantil.

Joe Biden não esconde: a influência de Beau continua sendo imensa. Sua morte o fez hesitar por um longo tempo, sob o peso do luto, a entrar nas primárias democratas de 2015-2016, algo que ele acabou descartando.

Candidato desta vez, o ex-vice de Obama afirmou em janeiro, tentando conter as lágrimas: "Beau deveria ser o candidato à Presidência, não eu. Todas as manhãs eu levanto e (...) me pergunto: "Está orgulhoso de mim?"".

A escolha de sua candidata a vice, a senadora Kamala Harris, pode ter sido influenciada por Beau.

"Meu filho tinha um imenso respeito por ela e por seu trabalho", declarou Joe Biden, pouco depois da indicação. Ambos foram procuradores durante a crise financeira de 2007-2009.

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