INTERNACIONAL

Baixa mortalidade da pandemia na Rússia gera dúvidas sobre estatísticas oficiais

A Rússia registra poucas mortes pelo novo coronavírus, 1.625, segundo o último balanço divulgado nesta quinta-feira (7), apesar de o número de infecções ter disparado, levantando dúvidas sobre as estatísticas oficiais

AFP
12/05/2020 às 10:48.
Atualizado em 30/03/2022 às 01:11

A Rússia registra poucas mortes pelo novo coronavírus, 1.625, segundo o último balanço divulgado nesta quinta-feira (7), apesar de o número de infecções ter disparado, levantando dúvidas sobre as estatísticas oficiais.

As autoridades garantem que isso se deve às medidas impostas precocemente e aos testes em massa, mas outros consideram que se deve aos métodos de contagem.

Nesta quinta-feira, as autoridades anunciaram um novo recorde diário de infecções, 11.231, que eleva o saldo total para 177.160 casos declarados oficialmente e coloca a Rússia entre os países com o maior número de infecções no mundo.

Mas a mortalidade é notavelmente baixa: apenas 1.625 mortes (88 nas últimas 24 horas).

Isso representa uma taxa de cerca de 0,9%, de longe a menor entre os dez países mais afetados pela pandemia.

A Alemanha, cujo sistema de saúde foi elogiado por sua eficácia no enfrentamento da crise, tem uma taxa de mortalidade de 4,2%.

O Ministério da Saúde e a agência de saúde Rospotrebnadzor justificam esses resultados, enfatizando a rapidez da reação da Rússia à epidemia.

Em um comunicado, Rospotrebnadzor explicou que "a Rússia ocupa o segundo lugar no mundo em número de testes: mais de 4,46 milhões".

Para a agência, isso permitiu "a detecção e o isolamento precoces de pacientes afetados por formas benignas, além de pacientes assintomáticos, o que reduz consideravelmente a circulação do vírus entre a população e certos grupos de risco".

Embora haja dúvidas sobre sua confiabilidade, os testes são acessíveis a todos, através de laboratórios privados. Desde o final de abril, o gigante das novas tecnologias Yandex se propõe a realizá-los gratuitamente em casa.

O fato de realizar mais testes permite contabilizar mais pacientes e reduz automaticamente as estatísticas de mortalidade.

Um representante da Rospotrebnadzor disse à AFP que a baixa taxa de infecção entre pessoas com mais de 65 anos é outro indicador da boa gestão russa.

Os idosos foram confinados a partir da segunda quinzena de março, principalmente em Moscou, maior foco da doença.

"A Rússia fez todo o possível para garantir que a epidemia chegasse o mais tarde possível: fechamos as fronteiras e começamos a monitorar as pessoas infectadas imediatamente", estima Yevgeny Timakov, especialista em doenças infecciosas e consultor do Ministério da Saúde.

Essas semanas permitiram à Rússia se preparar, "isolando pessoas em risco e planejando leitos em hospitais".

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