O Azerbaijão prometeu, neste sábado (17), vingar a morte de 13 civis em um bombardeio noturno a uma área residencial em Ganya, a segunda maior cidade do país, um ataque que marca uma escalada no conflito de Nagorno-Karabakh entre azerbaijanos e separatistas armênios
O Azerbaijão prometeu, neste sábado (17), vingar a morte de 13 civis em um bombardeio noturno a uma área residencial em Ganya, a segunda maior cidade do país, um ataque que marca uma escalada no conflito de Nagorno-Karabakh entre azerbaijanos e separatistas armênios.
Horas antes do bombardeio a Ganya, foram registrados ataques azerbaijanos contra a capital do território separatista, Stepanakert, segundo jornalistas da AFP presentes nesta localidade.
A cidade foi abandonada pela maioria de seus habitantes desde o início dos confrontos, em 27 de setembro passado.
O ataque em Ganya na madrugada deste sábado foi seguido de um segundo bombardeio em outra parte dessa localidade, além de um disparo na estratégica cidade de Mingachevir, a uma hora de distância por estrada.
O aumento da violência expõe a impotência da comunidade internacional para acalmar a situação em Nagorno Karabakh, um território separatista mergulhado em um conflito que também envolve potências regionais, como Rússia e Turquia.
Povoado principalmente por armênios cristãos, esse enclave se separou do Azerbaijão, um país muçulmano xiita de língua turca, pouco antes da desintegração da União Soviética, em 1991. Essa mudança levou a uma guerra que deixou 30.000 mortos na década de 1990.
Desde 1994, existe um cessar-fogo, frequentemente interrompido por confrontos.
Em Ganya, jornalistas da AFP viram casas destruídas pelo míssil, que caiu por volta das 3h locais (20h de sexta em Brasília). De acordo com o procurador-geral, 13 civis morreram, e mais de 45 ficaram feridos.
Aos prantos, moradores fugiram da área, alguns apenas de pijama e chinelo.
"Estávamos dormindo. As crianças viam televisão", contou Rubaba Zhafarova, de 65 anos, diante dos escombros de sua casa.
"Todas as casas próximas foram destruídas. Muitas pessoas estão sob os escombros. Algumas estão mortas, outras feridas", completou.
O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, garantiu que "vingará" os civis mortos no ataque.
"Este crime covarde não vai quebrar a vontade do nosso povo. Vamos responder no campo de batalha, vamos nos vingar no campo de batalha", frisou, prometendo que vão "caçar como cães" seus inimigos separatistas armênios.
Dezenas de equipes de resgate correm contra o tempo para encontrar sobreviventes sob os escombros. Após várias horas de busca, uma equipe colocou vários sacos pretos com corpos, um deles com cabeça e braço, em uma ambulância.
"Minha esposa estava ali, minha mulher estava ali", gritou um homem, que era levado por uma enfermeira para uma ambulância.