Uma semana depois de chegar a um acordo sobre um primeiro cessar-fogo, que nunca foi respeitado, a Armênia e o Azerbaijão anunciaram neste sábado (17) uma nova trégua humanitária em Nagorno Karabakh, que entrou em vigor à meia-noite (horário local, 17H00 de Brasília), para tentar interromper os combates que já duram três semanas na região disputada
Uma semana depois de chegar a um acordo sobre um primeiro cessar-fogo, que nunca foi respeitado, a Armênia e o Azerbaijão anunciaram neste sábado (17) uma nova trégua humanitária em Nagorno Karabakh, que entrou em vigor à meia-noite (horário local, 17H00 de Brasília), para tentar interromper os combates que já duram três semanas na região disputada.
"A República da Armênia e a República do Azerbaijão concordaram com uma trégua humanitária a partir de 18 de outubro, às 00H00, hora local", informou o Ministério das Relações Exteriores da Armênia na noite deste sábado.
O Ministério das Relações Exteriores do Azerbaijão confirmou a informação em um comunicado idêntico.
O anúncio da trégua ocorre depois que o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, manteve conversas telefônicas com seus colegas da Armênia e do Azerbaijão, nas quais, segundo o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, ele enfatizou "a necessidade de seguir estritamente" o acordo de cessar-fogo acordado em Moscou no sábado passado.
O presidente francês Emmanuel Macron "celebrou" a trégua, acrescentando que ela havia sido concluída "depois de uma mediação francesa realizada nos últimos dias e horas em coordenação com os co-presidentes do Grupo de Minsk (Estados Unidos e Rússia)".
A retomada dos combates há três semanas deixou centenas de mortos e após uma primeira tentativa fracassada de cessar-fogo, concluída há uma semana com a mediação de Moscou, o conflito aumentou no sábado.
O Azerbaijão jurou vingar a morte de 13 civis em um bombardeio noturno a uma área residencial em Ganya, a segunda maior cidade do país.
Horas antes do bombardeio a Ganya, foram registrados ataques azerbaijanos contra a capital do território separatista, Stepanakert.
A cidade foi abandonada pela maioria de seus habitantes desde o início dos confrontos, em 27 de setembro passado.
O ataque em Ganya na madrugada deste sábado foi seguido de um segundo bombardeio em outra parte dessa localidade, além de um disparo na estratégica cidade de Mingachevir, a uma hora de distância por estrada.
Povoado principalmente por armênios cristãos, esse enclave se separou do Azerbaijão, um país muçulmano xiita de língua turca, pouco antes da desintegração da União Soviética, em 1991. Essa mudança levou a uma guerra que deixou 30.000 mortos na década de 1990.
Desde 1994, existe um cessar-fogo, frequentemente interrompido por confrontos.
Em Ganya, jornalistas da AFP viram casas destruídas pelo míssil, que caiu por volta das 3h locais (20h de sexta em Brasília). De acordo com o procurador-geral, 13 civis morreram, e mais de 45 ficaram feridos.
Aos prantos, moradores fugiram da área, alguns apenas de pijama e chinelo.
O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, garantiu que vingaria os civis mortos no ataque.
"Este crime covarde não vai quebrar a vontade do nosso povo. Vamos responder no campo de batalha, vamos nos vingar no campo de batalha", frisou, prometendo que vão "caçar como cães" seus inimigos separatistas armênios.