Uma autoridade republicana do estado da Geórgia, nos EUA, disse nesta quarta-feira (2) que as alegações infundadas de fraude nas eleições feitas pelo presidente Donald Trump estavam provocando ameaças contra trabalhadores eleitorais
Uma autoridade republicana do estado da Geórgia, nos EUA, disse nesta quarta-feira (2) que as alegações infundadas de fraude nas eleições feitas pelo presidente Donald Trump estavam provocando ameaças contra trabalhadores eleitorais.
Brad Raffensperger, secretário de Estado da Geórgia, foi o segundo funcionário do estado em poucos dias a pedir que Trump modere seu discurso.
Trump denunciou várias vezes uma suposta fraude eleitoral na Geórgia, mas não apresentou evidências para apoiar sua afirmação. Uma recontagem confirmou que o presidente eleito Joe Biden venceu a eleição no estado por cerca de 10 mil votos.
"Mesmo depois que este gabinete solicitou que o presidente Trump tentasse conter a retórica violenta que decorre de suas afirmações contínuas de que ele ganhou nos estados onde obviamente perdeu, ele tuitou: "Exponha a fraude eleitoral em massa na Geórgia"", disse Raffensperger.
"Este é exatamente o tipo de linguagem que está por trás de um ambiente de ameaça crescente contra os trabalhadores eleitorais que estão apenas fazendo seu trabalho", lamentou ele. "Vamos continuar a fazer o nosso trabalho, respeitando a lei e seguindo os procedimentos", afirmou.
Outra autoridade da Geórgia, o gerente do sistema de votação Gabriel Sterling, também republicano, criticou Trump na terça-feira por não condenar as ameaças aos funcionários eleitorais.
"Senhor presidente, parece uma perda provável no estado da Geórgia", disse Sterling, visivelmente irritado. "Você tem o direito de ir à justiça."
O presidente "deve parar de inspirar as pessoas a cometer atos de potencial violência". "Alguém vai se machucar. Alguém vai levar um tiro. Alguém vai morrer. Não está tudo bem", declarou Sterling.
Trump ainda se recusa a admitir a derrota na eleição de 3 de novembro e continua a insistir que houve fraude eleitoral.
Vários processos judiciais movidos por Trump foram rejeitados e o procurador-geral Bill Barr, um ultraconservador leal ao presidente republicano, afirmou na terça-feira que não havia evidências de fraude que alterassem o resultado da eleição.
"Até o momento, não vimos fraude em uma escala que pudesse levar a um resultado diferente na eleição", disse Barr à Associated Press.
As tensões aumentaram na Geórgia, que se prepara para o segundo turno de 5 de janeiro, no qual o controle no Senado dos EUA pode ser definido.
chp/cl/caw/mps/rsr/ic