O Twitter anunciou nesta quarta-feira (10) que suspendeu várias contas vinculadas aos grandes protestos de agricultores na Índia, mas a rede social se recusou a responder a todas as demandas do governo indiano, apesar de suas ameaças de proceder com ações penais
O Twitter anunciou nesta quarta-feira (10) que suspendeu várias contas vinculadas aos grandes protestos de agricultores na Índia, mas a rede social se recusou a responder a todas as demandas do governo indiano, apesar de suas ameaças de proceder com ações penais.
A empresa sediada em São Francisco afirmou duvidar que as exigências de Nova Délhi estivessem "de acordo com a lei indiana".
"Com base em nossos princípios de defesa da liberdade de expressão, não adotamos nenhuma medida contra as contas de grupos midiáticos, jornalistas, ativistas e políticos", afirmou.
A rede social, porém, indicou que havia "suspendido" várias contas, algumas "permanentemente" e outras apenas "na Índia".
Em 1º de fevereiro, a pedido do governo indiano, o Twitter bloqueou temporariamente várias contas e tuítes, principalmente as mensagens de uma importante revista de informação e de agricultores que organizavam os protestos na capital indiana.
Segundo fonte do Ministério das Tecnologias da Informação, o governo pediu à rede social para atuar contra cerca de 250 contas e tuítes, por considerá-los uma "grave ameaça à ordem pública".
O bloqueio foi temporário e o governo mais tarde alertou o Twitter que cogitaria "ações penais" contra ele.
Nesta quarta-feira, o ministério disse que o Twitter havia cumprido "de má vontade, relutância e com grande atraso as partes substanciais da ordem".
Ajay Prakash Sawhney, uma autoridade do ministério, comparou a reação do Twitter às medidas adotadas após o ataque ao Capitólio nos Estados Unidos e acusou a rede de estar ao lado dos que "provocam alterações na ordem pública" na Índia.
"A liberdade de expressão não é absoluta" e está sujeita aos interesses da ordem pública, acrescentou.
Desde novembro, dezenas de milhares de agricultores acamparam na periferia de Délhi, exigindo a revogação das reformas destinadas a liberalizar o mercado de produtos agrícolas que, segundo eles, levarão o setor agrícola do país às mãos de grandes conglomerados.
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