Depois da farmacêutica Pfizer, chegou a vez da AstraZeneca, que anunciou atrasos na entrega de vacinas na Europa, o que provoca tensão em vários países.
As entregas para países europeus da vacina desenvolvida pela AstraZeneca/Oxford - pendente de aprovação, prevista para 29 de janeiro - serão menores do que o esperado, devido a uma "queda de desempenho" em uma das fábricas, disse o grupo britânico na sexta-feira (22).
A Comissão Europeia reservou inicialmente até 400 milhões de doses desta vacina.
Este anúncio despertou, de forma imediata, um "profundo descontentamento" da Comissão Europeia e dos Estados-membros, tuitou a comissária de Saúde europeia, Stella Kyriakides, insistindo em "um calendário de entrega preciso".
"Notícias muito ruins", lamentou o ministro austríaco da Saúde, Rudolf Anschober.
"Não estamos dispostos a aceitá-las e vamos lutar" para que as entregas "se recuperem o mais rápido possível", garantiu.
Segundo ele, a Áustria deve receber em fevereiro apenas "340 mil doses" da vacina da AstraZeneca, contra os 650 mil inicialmente esperados.
A Lituânia estimou, por sua vez, em 80% a redução das doses da vacina da AstraZeneca que esperava receber no primeiro trimestre de 2021. Questionado na emissora pública irlandesa RTE, o primeiro-ministro Micheal Martin falou sobre o impacto dos atrasos nas entregas.
"Isso pode ter impacto no programa de vacinação mais amplo (já visto) e vai atrapalhar nossos planos", afirmou.
Ele disse esperar que se chegue a um "compromisso sólido" entre a Comissão Europeia e a AstraZeneca nos próximos dias.
Menos diretas, as autoridades francesas e alemãs procuraram tranquilizar suas populações.
A França, onde a lentidão da campanha de vacinação gera muita polêmica, chegou a um milhão de vacinados no sábado.
O plano de vacinação não se vê afetado pelos prazos de entrega anunciados, garantiu a ministra francesa delegada da Indústria, Agnès Pannier Runacher.
"Temos novas vacinas chegando, temos a Pfizer que aumenta sua capacidade de produção", anunciou ela, na rádio France Inter.
Na Alemanha, o ministro da Saúde, Jens Spahn, também foi tranquilizador.
Depois que a vacina for autorizada na UE, prevista para daqui a uma semana, "haverá entregas da AstraZeneca em fevereiro", afirmou.