INTERNACIONAL

Ativista saudita Loujain al-Hathloul é libertada

A ativista saudita dos direitos das mulheres Loujain al-Hathloul foi libertada, anunciou nesta quarta-feira (10) sua família, enquanto o reino enfrenta pressão dos Estados Unidos por sua política em questões humanitárias

AFP
10/02/2021 às 16:55.
Atualizado em 23/03/2022 às 17:38

A ativista saudita dos direitos das mulheres Loujain al-Hathloul foi libertada, anunciou nesta quarta-feira (10) sua família, enquanto o reino enfrenta pressão dos Estados Unidos por sua política em questões humanitárias.

"Loujain foi libertada", anunciou no Twitter sua irmã Lina, que afirmou que ela "está em casa depois de 1.001 dias de prisão".

A ativista havia sido condenada em 29 de dezembro a cinco anos e oito meses de prisão, em virtude de uma lei "antiterrorista", pena que foi suspensa e, portanto, ela foi libertada após alguns meses, segundo sua família.

Loujain al-Hathloul, de 31 anos, foi considerada culpada de "várias atividades proibidas pela lei antiterrorista", de acordo com o meio de comunicação pró-governo Sabq, que esteve presente na audiência de condenação.

A mídia saudita enfatiza que a sentença tem suspensão de dois anos e dez meses, "desde que ela não cometa um novo crime nos próximos três anos".

O período passado em prisão preventiva é levado em consideração.

Uma fonte próxima à família e ao grupo de oposição ALQST, com sede em Londres, havia indicado que ela seria solta antes de março.

O tribunal também proibiu a ativista de deixar o reino por cinco anos, informou sua irmã Lina, acrescentando que Loujain pretende apelar da decisão.

Sua libertação ocorre depois que o novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se comprometeu a intensificar as investigações sobre o histórico de direitos humanos do príncipe herdeiro Mohamed bin Salman.

Depois que o reino gozou de certa impunidade sob a presidência de Donald Trump, Biden deve pressioná-lo a libertar cidadãos americanos e sauditas, ativistas e até membros da família real, muitos dos quais estão presos sem qualquer acusação formal.

Depois de um julgamento no tribunal penal de Riade, em novembro passado, o caso de Al-Hathloul foi transferido para o tribunal antiterrorista, que, segundo ativistas, é usado para silenciar vozes críticas sob o pretexto de combater o terrorismo.

O ministro das Relações Exteriores, o príncipe Faizal bin Farhan, disse à AFP que Al-Hathloul foi acusada de manter contato com Estados "hostis" e fornecer informações confidenciais.

Sua família, porém, afirma que não há evidências a esse respeito.

Enquanto algumas ativistas presas foram libertadas provisoriamente, Al-Hathloul e outras permaneceram na prisão sob acusações que os grupos de direitos humanos descreveram como opacas.

A mídia saudita pró-governo as descreveram como "traidoras". A família de Al Hathloul afirma que elas sofreram assédio sexual e tortura durante o período de detenção.

A prisão de mulheres ativistas trouxe à tona o histórico sombrio dos direitos humanos do reino, uma monarquia absoluta que também enfrentou duras críticas pelo assassinato brutal do jornalista Jamal Khashoggi em 2018 em seu consulado em Istambul.

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