INTERNACIONAL

Ativista saudita de direitos humanos é condenada a cinco anos e oito meses de prisão

A ativista saudita de direitos humanos Loujain al Hathloul foi condenada a cinco anos e oito meses de prisão nesta segunda-feira (28) por um tribunal especializado em casos antiterroristas - reportou a imprensa saudita

AFP
28/12/2020 às 19:09.
Atualizado em 24/03/2022 às 00:21

A ativista saudita de direitos humanos Loujain al Hathloul foi condenada a cinco anos e oito meses de prisão nesta segunda-feira (28) por um tribunal especializado em casos antiterroristas - reportou a imprensa saudita.

Loujain al Hathloul foi declarada culpada de "diversas atividades proibidas pela lei antiterrorista", relatou o veículo on-line Sabq.

Segundo veículos da imprensa saudita, a pena pode ser suspensa com dois anos e dez meses, "sob a condição de que não cometa um novo delito nos próximos três anos".

A militante se encontra em prisão provisória há mais de dois anos, período que foi levado em consideração na sentença pronunciada, informou a mídia saudita, citando a decisão do tribunal.

Por este motivo, a ativista pode ser "libertada em dois meses", tuitou sua irmã Lina.

Outra fonte próxima à família e o grupo opositor saudita ALQST, com sede em Londres, disseram que ela será solta antes de março.

"Estamos muito desapontados com esta decisão (...). Apresentaremos um recurso, embora não tenhamos muita esperança no sistema judicial saudita", disse Hathloul, entrevistada do Canadá.

Esta decisão "mostra claramente que, desde o primeiro dia, o tribunal agiu por razões políticas", acrescentou.

Já a diplomacia francesa pediu, hoje, "sua rápida libertação" às autoridades sauditas, declarou um porta-voz adjunto do Ministério das Relações Exteriores da França.

Loujain al Hathloul foi detida em maio de 2018, junto com outros ativistas, pouco antes de o reino suspender a proibição de dirigir para as sauditas, uma reforma pela qual essas mulheres militavam.

Segundo o ministro saudita das Relações Exteriores, Faysal bin Farhan al-Saud, Loujain al Hathloul, de 31 anos, é acusada de ter estado em contato com Estados "hostis" ao reino e de ter transmitido informações confidenciais.

Sua família afirma, porém, que o governo saudita não forneceu qualquer prova tangível para apoiar essas acusações.

Em 25 de novembro, a família da ativista anunciou que seu caso havia sido transferido por um juiz da corte penal de Riade para um tribunal encarregado de casos de terrorismo.

Este tribunal penal especializado foi criado em 2008 para julgar os casos de terrorismo. Desde então, contudo, tem servido para julgar presos políticos, conforme denúncia de organizações de defesa dos direitos humanos.

A Arábia Saudita é amplamente criticada no Ocidente por seu balanço nesta área.

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