O Afeganistão viveu um dia sangrento nesta terça-feira (12), com dois atentados - um deles reivindicado pelo grupo Estado Islâmico - que deixaram 37 mortos, um deles em um hospital na capital, Cabul, e outro, durante um funeral no leste do país
O Afeganistão viveu um dia sangrento nesta terça-feira (12), com dois atentados - um deles reivindicado pelo grupo Estado Islâmico - que deixaram 37 mortos, um deles em um hospital na capital, Cabul, e outro, durante um funeral no leste do país.
Treze pessoas, incluindo dois bebês, morreram no ataque realizado por homens armados em um hospital de Cabul, anunciou um porta-voz do Ministério do Interior.
"Os terroristas mataram 13 pessoas inocentes, incluindo dois bebês, no ataque ao hospital. O balanço também inclui mães e enfermeiras", declarou Tareq Arian.
Mais de 100 pessoas, entre elas três estrangeiras, foram ajudadas pelas forças de segurança afegãs durante uma operação de socorro que levou várias horas.
O outro atentado ocorreu em um funeral e deixou 24 mortos e 68 feridos, e foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).
O presidente afegão, Ashraf Ghani, reagiu ao ocorrido anunciando que as forças do governo retomarão a ofensiva contra os talibãs.
"Ordeno as forças de segurança a interromper sua atitude de defesa ativa e voltem a adotar uma atitude ofensiva, e retomem as operações contra o inimigo", declarou Ghani.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borell, manifestou sua indignação diante do "grau desumano máximo" dos atentados.
À noite, o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, também condenou ataques "assustadores" e convidou o governo e os talibãs a "cooperarem para julgar os autores (do antetado)".
O hospital, que possui uma importante maternidade, está localizado no oeste de Cabul, onde vive a minoria hazara. Eles são alvo frequente de ataques de militantes do grupo terrorista Estado Islâmico (EI).
Essa onda de violência no Afeganistão coincide com a crise de saúde do coronavírus, que força a mobilização de militares por todo país para conter a propagação da pandemia.
Um pediatra, que conseguiu fugir do hospital, disse à AFP que ouviu uma forte explosão na entrada do estabelecimento.
"O hospital estava cheio de pacientes e médicos, e houve um pânico total", explicou, pedindo para não ser identificado.
A maternidade do hospital é apoiada pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF).