INTERNACIONAL

Assessor de Trump é o único na disputa pela presidência do BID

O assessor do presidente Donald Trump para a América Latina Mauricio Claver-Carone é o único candidato à presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - informou a instituição em uma nota divulgada nesta sexta-feira (11)

AFP
11/09/2020 às 12:02.
Atualizado em 25/03/2022 às 02:11

O assessor do presidente Donald Trump para a América Latina Mauricio Claver-Carone é o único candidato à presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - informou a instituição em uma nota divulgada nesta sexta-feira (11).

A apresentação de um candidato norte-americano quebra uma tradição não escrita de que esta instituição sempre foi liderada por um latino-americano, o que gerou resistências na região.

O prazo para a apresentação das candidaturas terminou ontem. A eleição para nomear o sucessor do colombiano Luis Alberto Moreno acontece neste fim de semana de forma remota.

A decisão do governo de Trump de apresentar um candidato gerou especial indignação na Argentina, Costa Rica, Chile e México, que desejavam um novo adiamento da votação, depois de já ter sido adiada uma vez por causa da pandemia.

O principal concorrente de Claver-Carone, após a retirada da candidatura da ex-presidente da Costa Rica Laura Chinchilla no início do mês, era o argentino Gustavo Béliz. Ontem, Buenos Aires retirou sua candidatura, e a Casa Rosada anunciou que se absterá na votação.

"Estabelecemos nosso acordo com as múltiplas e respeitadas vozes das mais diversas origens políticas, acadêmicas, sociais e ideológicas que expressaram o incômodo para a América Latina e Caribe de violar uma tradição de governança regional", afirmou a presidência de Alberto Fernández, em um comunicado.

A Argentina - que também convidou os demais países a se absterem - ecoou várias críticas ao governo Trump por ter proposto um candidato.

Uma declaração conjunta no final de agosto dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (Brasil, 1995-2002); Ernesto Zedillo (México, 1994-2000); Felipe González (Espanha, 1982-1996); Ricardo Lagos (Chile, 2000-2006); Juan Manuel Santos (Colômbia, 2010-2018); e Julio María Sanguinetti (Uruguai, 1985-1990 e 1995-2000) acusaram Trump de querer "impor" um candidato.

Os ex-presidentes também destacaram que a indicação dos Estados Unidos constitui um "ataque à dignidade latino-americana".

an/yow/tt/aa

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