Dois líderes indígenas foram retirados de casa por desconhecidos e mortos a tiros no sudoeste da Colômbia, onde respeitavam o isolamento contra a pandemia de coronavírus, denunciou nesta terça-feira o movimento que reúne os povos originários
Dois líderes indígenas foram retirados de casa por desconhecidos e mortos a tiros no sudoeste da Colômbia, onde respeitavam o isolamento contra a pandemia de coronavírus, denunciou nesta terça-feira o movimento que reúne os povos originários.
"Esses criminosos, esses assassinos, não vão ficar em casa, vão seguir com seu plano e assassinar nossa liderança, como ocorreu na noite de ontem", afirmou à AFP Luis Fernando Arias, conselheiro da Organização Nacional Indígena da Colômbia (Onic).
Os indígenas e líderes dos direitos humanos colombianos estão na mira de grupos armados financiados pelo narcotráfico, que disputam o controle de áreas com cultivos ilegais e estratégicas para o tráfico de drogas.
Os dois líderes pertenciam à mesma família e foram atacados no município de Bolívar, departamento de Valle del Cauca. Outros dois membros do mesmo núcleo ficaram feridos, informou a organização no Twitter.
Os líderes assassinados foram identificados, mas autoridades não deram pistas sobre os assassinos.
O duplo assassinato reacendeu o temor das lideranças indígenas de se tornarem um alvo fácil durante a quarentena obrigatória, que começa amanhã e vai até 13 de abril em todo o território colombiano.
No sudoeste da Colômbia, as comunidades nativas denunciaram ataques de rebeldes dissidentes da guerrilha das Farc, que assinou a paz em 2016, supostamente motivados pela decisão dos indígenas de eliminar as plantações de coca.
Na semana passada, os indígenas e afro-colombianos, que representam 13,74% dos 48 milhões de habitantes da Colômbia, pediram uma trégua no conflito armado, em que, há seis décadas, enfrentam-se o Estado, grupos guerrilheiros e membros do narcotráfico.
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