INTERNACIONAL

As razões do elevado balanço de vítimas da COVID-19 no Reino Unido

O importante balanço de vítimas do novo coronavírus no Reino Unido, com quase 42.000 mortos, alimenta dúvidas e críticas, embora o governo afirme que tomou as "decisões corretas no momento correto"

AFP
15/06/2020 às 09:28.
Atualizado em 27/03/2022 às 16:45

O importante balanço de vítimas do novo coronavírus no Reino Unido, com quase 42.000 mortos, alimenta dúvidas e críticas, embora o governo afirme que tomou as "decisões corretas no momento correto".

A seguir as principais razões do balanço:

O governo do primeiro-ministro Boris Johnson teria demorado para decretar o confinamento, o que aconteceu em 23 de março.

Um dos epidemiologistas mais reconhecidos do Reino Unido, o professor Neil Ferguson, anunciou em 10 de junho uma estimativa segundo a qual o confinamento uma semana antes teria reduzido "ao menos à metade o número final de mortos".

Neste período, "a epidemia dobrava a cada três, ou quatro dias".

"Subestimamos claramente a que ponto este país estava na epidemia", afirmou o cientista, que teve de renunciar em maio a seu posto no conselho científico que assessorava o governo por ter recebido visitas, uma violação do confinamento.

"Os países que conseguiram conter a epidemia foram os que adotaram medidas em um estágio precoce", declarou recentemente à AFP o professor de Saúde Pública Europeia Martin McKee, da London School of Hygiene and Tropical Medicine.

"Na Europa, por exemplo, podemos ver que países como Áustria, República Tcheca, ou Eslováquia, atuaram rapidamente quando tinham apenas alguns casos, enquanto o Reino Unido demorou consideravelmente para adotar as medidas".

Para o diretor do Instituto Rosalind Franklin da Universidade de Oxford, James Naismith, "durante a fase exponencial (...), alguns dias podem representar uma grande diferença".

"Assim como outros países, o Reino Unido demorou a entender realmente o alcance da infecção e, por consequência, foi lento para agir", completou.

No início da epidemia, o Reino Unido calculava que dois terços dos casos importados não foram detectados.

De acordo com o professor Ferguson, levando-se em consideração os conhecimentos acumulados desde então, "provavelmente 90% dos casos importados" não foram detectados.

De acordo com os dados oficiais, apenas 273 das 18,1 milhões de pessoas que entraram no Reino Unido de avião nos três meses anteriores ao confinamento respeitaram uma quarentena.

Na época, os viajantes que entravam no território britânico recebiam um folheto que explicava os sintomas da doença e o processo a seguir em caso de suspeita.

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