SÉRIE 'CANDIDATOS A PREFEITO'

As propostas de Barjas Negri para Piracicaba

Acompanhe o que o candidato a prefeito tem a oferecer à cidade

Adriana Ferezim
19/09/2016 às 11:30.
Atualizado em 28/04/2022 às 04:40
Barjas Negri é candidato a prefeito pelo PSDB  (Christiano Diehl Neto)

Barjas Negri é candidato a prefeito pelo PSDB (Christiano Diehl Neto)

A experiência política e na gestão pública e o apoio de alguns setores da sociedade motivaram Barjas Negri, 65 anos de idade, a concorrer à eleição para voltar a ser prefeito de Piracicaba. Ele administrou a cidade por dois mandatos consecutivos, de 2005 a 2012. Acredita que a conjuntura econômica exigirá do futuro prefeito a austeridade para aplicar com mais eficiência os recursos, diante da limitação orçamentária provocada pela recessão e a queda na receita das três esferas de governo: municipal, estadual e federal. Ele concorre ao cargo pela coligação Experiência e trabalho para uma Piracicaba melhor, que tem o seu partido, o PSDB e também o PMDB, PP, PPS, PTB, PV, PTN, PHS, SD, PRB, PSC e PSL. O candidato a vice-prefeito é José Antônio de Godoy. "Durante o período que fui prefeito, fiz uma boa articulação com a sociedade, entidades de classes, sindicatos, associação de moradores, e muitas lideranças. Conseguimos dos governos federal e estadual bons investimentos. Com isso, a cidade cresceu com equipamentos sociais, esportivos, culturais, de infraestrutura e com distritos industriais", lembrou. Para essa nova gestão, ele afirma vir com novas propostas, discutidas com mais de 150 pessoas da sociedade e que resultou na elaboração do plano de governo. Ele ressalta ainda que apesar de novos planos, a cidade tem de funcionar bem. "É preciso ter ferramentas para atender o público com rapidez, mais qualidade, que haja uma maior satisfação do contribuinte que é atendido pelas políticas públicas de uma Prefeitura", afirma. Segundo Barjas Negri, uma forma de contribuir com o desenvolvimento da cidade é o diálogo com a sociedade e adotar políticas de facilitação ao empreendedorismo. "É preciso um olhar para quem quer fazer um condomínio, montar uma empresa, uma loja, um supermercado, fazer alguma atividade dentro da economia criativa, um bar, um restaurante, dentro da legalidade. O que não pode fazer é dizer: "vou ver", e não vê", comentou. Ele ressalta que Piracicaba tem indicadores socieoambientais adequados para receber empresas. "Ela estará sempre entre as cidades analisadas em todos os estudos de instalação industrial. Aqui tem rede de água e quase 100% de esgoto coletado e do que é coletado, tudo é tratado. Há sistemas de telefonia, energia, internet, estradas, anel viário, escolas técnicas, a maioria instaladas na minha gestão, universidades, distritos industriais com áreas remanescentes, há distritos particulares. Se tem isso tudo e uma Prefeitura mais ágil, acaba atraindo investimentos". Mas, para ele, Piracicaba tem condições de crescer sem contar com investidores externos. "Aqui tem uma base industrial forte e que tem capacidade ociosa. As empresas da cidade passaram por dificuldade nos últimos anos, principalmente no setor sucroenergético. Na retomada da Economia, isso pode crescer. E ao prefeito cabe ajudar por meio de políticas públicas de qualificação de mão-de-obra, Educação e os apoiamentos necessários", Barjas Negri afirmou que o Hospital Regional foi idealizado e construído para resolver o déficit de leitos hospitalares do município. "A ideia inicial, quando foi detectada a falta de leitos, era de construir um hospital municipal, mas o governo do Estado e o Ministério da Saúde, incentivaram a fazer um regional para atender as cidades menores que não têm condição de manter um hospital. "Nele haverá 126 leitos e 70% deles serão para Piracicaba. E ele pode ser ampliado para oferecer, no futuro, 220 leitos". Ele afirma que é uma proposta demagógica comprar leitos hospitalares. "Os leitos estão comprados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), são 60% do Hospital da Cana e 60% da Santa Casa. Os outros 40% dos leitos desses hospitais são particulares. Com o Hospital Regional, não haverá redução dos leitos SUS. Ele vem somar", ressaltou. Nas gestões anteriores, Barjas trabalhou com muitos projetos para 10 a 20 anos. "Projetamos o anel viário, os parques automotivo e tecnológico, e o Hospital Regional. São empreendimentos complexos, para o futuro da cidade". Com a rede de atenção básica da saúde estruturada, o candidato acredita que é possível melhorar o atendimento à população, tornando a gestão mais eficiente, usando tecnologia da informação e motivando os profissionais e com a população ajudando na fiscalização. Ele comentou que os prefeitos têm de atender, até 2024, o Plano Nacional de Educação. "Piracicaba deu um salto importante no número de crianças atendidas na educação infantil na minha gestão. Passamos de seis mil para 17 mil matrículas, parte em tempo integral e outra, parcial. O maior esforço foi para oferecer o integral para a faixa etária de zero a dois anos. Quando assumi o governo (em 2005) tinha uma fila de oito mil crianças. Construímos 38 creches". Mobilidade Ele contou que fez mais de 500 reuniões na cidade e o que mais ouviu foi: "ainda bem que você fez as pontes (sobre o rio Piracicaba)". Barjas Negri disse que tinha a percepção de que o problema do trânsito iria ocorrer. Ele ressalta que as obras viárias não beneficiam apenas os motoristas, mas os usuários de ônibus, que ganham uma redução no tempo da viagem com a duplicação das avenidas, rotatórias. "É preciso incentivar mais o uso do transporte coletivo e também o uso das bicicletas", destacou. Ele afirma que é necessário dinamizar os distritos rurais. "É necessário ofertar mais atividades esportivas, culturais, a geração de renda, cursos e é possível utilizar para isso a estrutura da Prefeitura e das associações". Barjas Negri acredita que a segurança necessita de ação conjunta com a prefeitura. "É um problema que aflora toda vez que você tem diminuição da atividade econômica. Na nossa gestão implantamos o Deinter-9, o CPI-9, que são os comandos das polícias civil e militar e que ficavam em Campinas. Ampliamos a Guarda Civil para 400 guardas e instalamos a Central de Monitoramento com 80 câmeras. O diálogo entre as corporações e a Prefeitura, que foi iniciado, contribui para ampliar a segurança na cidade". Obras e audiências públicas O candidato a prefeito Barjas Negri é economista e professor. Foi prefeito de Piracicaba por dois mandatos (de 2005 a 2012) já atuou como secretário estadual e municipal e também é ex-ministro da Saúde. No seu plano de governo, ele definiu que todos os projetos, que exijam intervenções complexas, serão precedidos de audiências públicas. O objetivo com isso é promover as obras com o consenso da maioria da população. Um exemplo é o caso da praça José Bonifácio. "É um local que precisa de intervenção, mas é preciso que as pessoas tenham clareza sobre os problemas e as medidas que devem ser executadas para solucioná-los. A reforma que fizemos nela já tem 12 anos. Agora tem de ser discutida com a sociedade nova intervenção". Nos próximos 10 anos, Barjas Negri prevê que a cidade terá em circulação cerca de mais 80 mil veículos. "Será necessário dar continuidade ao plano de mobilidade e ele prevê alargar avenidas, fazer avenidas e pontes. Não estou dizendo que vou fazer. Depende de recursos, mas se houver necessidade, vou usar minha experiência e relacionamento para buscar recursos com os governos federal e estadual. É preciso continuar a avenida Higienópolis e isso está sendo feito. Tem de fazer intervenções em Santa Teresinha, no Mario Dedini e é preciso integrar esses dois bairros e ali precisa de uma ponte". Também está na sua pauta o tratamento e o acolhimento dos animais e uma das propostas, que surgiu de reuniões com as ONGs é o de definir o setor que fica com a Saúde e o que fica com o Meio Ambiente. "O objetivo é organizar melhor isso na prefeitura". Barjas Negri também vai manter os programas de regularização fundiária. "Eles são muito importantes. Temos vários núcleos irregulares e as pessoas precisam ter a escritura dos seus imóveis. É um processo lento, que exige a participação de muitos órgãos e por isso não podem parar. Vamos manter uma força-tarefa na regularização fundiária no município". Segundo ele, o planejamento da gestão pública tem de ser antecipado. "O sistema de compras por licitação e contratação por concurso público é lento. Por isso minha experiência pode ajudar a agilizar, porque é preciso prever as necessidades". Outra ação que ele deve ampliar são as campanhas institucionais de conscientização para destinação dos recursos de renúncia fiscal. "Temos o Fumdeca que recebe em torno de R$ 1 milhão, mas esse valor pode ser ampliado. Os recursos podem ainda ser destinados para o Fundo Municipal do Idoso e para projetos de Cultura".

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