A pandemia do novo coronavírus, que provocou mais de nove milhões de contágios no mundo e não para de acelerar, sobretudo na América Latina, obrigou a Arábia Saudita a anunciar uma redução drástica da grande peregrinação muçulmana à Meca
A pandemia do novo coronavírus, que provocou mais de nove milhões de contágios no mundo e não para de acelerar, sobretudo na América Latina, obrigou a Arábia Saudita a anunciar uma redução drástica da grande peregrinação muçulmana à Meca.
O hajj, um dos cinco pilares do Islã e uma das maiores concentrações religiosas do mundo, será organizado no fim de julho, mas em condições sem precedentes.
Apenas 1.000 fiéis residentes na Arábia Saudita serão autorizados a fazer a peregrinação, anunciaram nesta terça-feira as autoridades, um número mínimo na comparação com as 2,5 milhões de pessoas de todo o mundo que viajaram em 2019 ao reino para a ocasião.
A peregrinação se limitará a fiéis com menos de 65 anos de idade e que não sofrem doenças crônicas. Todas as pessoas escolhidas para a peregrinação terão que passar por exames para saber se estão infectadas pela COVID-19, antes de seguir para Meca. E depois terão que respeitar uma quarentena em suas casas.
A prestigiosa instituição sunita Al Azhar, com sede no Cairo, considerou a decisão "sábia e baseada na jurisprudência islâmica".
A pandemia, que já matou mais de 472.000 pessoas e provocou mais de 9,1 milhões de casos em todo o planeta, segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais, continua "acelerando", advertiu a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Como prova do cenário preocupante, a organização destacou que um milhão de novos casos foram registrados no planeta em apenas oito dias, quando no início da propagação foram necessários três meses para atingir o primeiro milhão de contágios.
Na América Latina, o vírus continua avançando de forma muito rápida.
De acordo com o balanço da AFP, o México registrou nas últimas 24 horas 1.044 mortes, o maior número do planeta, à frente do Brasil (641) e da Índia (445). O país tem 22.000 vítimas fatais desde o início da pandemia.
"Estamos em um platô no ponto mais elevado, quando o ideal seria chegar ao máximo e começar a reduzir (...) para pensar em reativar gradualmente a economia", disse Malaquías López Cervantes, epidemiologista da Universidade Nacional Autônoma do México.
O Brasil, segundo país do mundo mais afetado pelo vírus, tem mais de 50.000 mortos e mais de um milhão de casos, mas especialistas temem que os números reais sejam ainda mais graves.
A Argentina registrou na segunda-feira os números mais elevados desde o início da pandemia: 2.146 novos casos e 32 mortos. O balanço total do país contabiliza 1.043 vítimas fatais e 44.931 contágios da COVID-19, especialmente na capital, Buenos Aires, que concentra 90% dos casos.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) expressou preocupação com as taxas muito elevadas" de COVID-19 entre indígenas do Planalto das Guianas, região do nordeste da América do Sul que inclui partes do Brasil e da Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e áreas do sudeste da Colômbia.
Estados Unidos, país mais afetado, superou na segunda-feira a marca de 120.000 mortes, com 425 vítimas fatais em 24 horas. O balanço total inclui ainda 2,3 milhões de casos.