O Brasil, que superou pela primeira vez a triste marca de mil mortes diárias pelo novo coronavírus na terça-feira, abriu nesta quarta (20) a porta ao uso da cloroquina para casos leves da COVID-19, que segue avançando em Chile, Peru e outros países da América Latina, mas parece estar cedendo na Europa
O Brasil, que superou pela primeira vez a triste marca de mil mortes diárias pelo novo coronavírus na terça-feira, abriu nesta quarta (20) a porta ao uso da cloroquina para casos leves da COVID-19, que segue avançando em Chile, Peru e outros países da América Latina, mas parece estar cedendo na Europa.
O novo coronavírus matou 320.000 pessoas em todo o mundo, afetando quase cinco milhões de pessoas e continua se expandindo. A Organização Mundial da Saúde anunciou nesta quarta que o maior número de casos de COVID-19 em um único dia foi registrado em particular em Estados Unidos, Brasil, Rússia, Arábia Saudita, Índia, Peru e Catar.
A pandemia paralisou a vida de mais da metade da humanidade, fez naufragar as economias e provocou um medo da vida em sociedade que vai demorar para desaparecer.
Na Europa e na Ásia, a esperança de recuperar pouco a pouco a vida normal convive com o temor de uma segunda onda, mas na América Latina e nos Estados Unidos, o pior pode estar por vir, segundo especialistas.
Entre segunda e terça-feira, o Brasil registrou 1.179 mortes pelo novo coronavírus, a pior cifra diária desde o começo da pandemia.
Nas últimas 24 horas, foram registrados 888 novos óbitos, elevando o total no país a 18.859, e 19.951 novos casos, somando 291.579.
O Brasil é o país mais afetado da América Latina e o terceiro mais castigado do mundo em número de contágios, depois de Estados Unidos e Rússia. No entanto, a realidade pode ser muito pior, já que os especialistas afirmam que os números reais poderiam ser até 15 vezes superiores devido à escassez de testes de diagnósticos.
O pico da pandemia está previsto para o começo de junho no país de 210 milhões de habitantes, que abarca mais da metade dos mais de 30.000 mortos de América Latina e Caribe.
São Paulo, o estado mais rico e populoso do Brasil, é o epicentro da doença, com 69.859 casos e 5.363 mortos. É seguido do Rio de Janeiro, com 3.237 óbitos e 30.372 contágios.
Em estados do norte e do nordeste, como Ceará, Amazonas e Pernambuco, a propagação da doença provoca situações dramáticas e asfixia os sistemas de saúde.
Apesar desta situação, o presidente Jair Bolsonaro continua se opondo às medidas de quarentena e distanciamento social, implementadas em vários estados e municípios.
Em poucas semanas, Luiz Henrique Mandetta e seu sucessor, Nelson Teich, deixaram o comando do ministério da Saúde por divergências com Bolsonaro sobre a gestão da pandemia. Agora, o ministério é dirigido interinamente pelo general Eduardo Pazuello.
Bolsonaro, que minimiza a COVID-19, e chegou a chamá-la de "gripezinha", considera que uma paralisação da economia no Brasil poderia causar danos maiores que a própria pandemia.
O ministério da Saúde estendeu nesta quarta-feira a recomendação do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina em pacientes com sintomas leves do novo coronavírus, combinadas com o antibiótico azitromicina, atendendo a um apelo de Bolsonaro, apesar de o medicamento dividir a comunidade mundial sobre sua eficácia contra o novo coronavírus.