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Após primeira morte, Bolsonaro vê 'histeria' em reações ao coronavírus

No dia em que o Brasil registrou a primeira morte pelo novo coronavírus, após o Rio de Janeiro e São Paulo decretarem "estado de emergência, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que via nessas medidas "certa histeria" prejudicial à economia

AFP
17/03/2020 às 17:49.
Atualizado em 04/04/2022 às 23:36

No dia em que o Brasil registrou a primeira morte pelo novo coronavírus, após o Rio de Janeiro e São Paulo decretarem "estado de emergência, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que via nessas medidas "certa histeria" prejudicial à economia.

"A economia estava indo bem, mas esse vírus trouxe alguma histeria. Existem alguns governadores que, na minha opinião, e eu posso estar errado, estão tomando medidas que vão prejudicar bastante nossa economia", declarou o presidente em entrevista à Rádio Tupi, do Rio de Janeiro.

O estado do Rio e a cidade de São Paulo, onde ocorreu a primeira morte, decretaram estado de emergência para conter a disseminação da Covid-19, restringindo os serviços comerciais e o uso de transporte público.

Entre as medidas estão o fechamento por 15 dias de locais turísticos famosos do Rio, como o Pão de Açúcar ou o Cristo Redentor do Corcovado. Nas estações de metrô, a prefeitura da capital carioca realizava uma operação de limpeza.

Em São Paulo, a maior cidade da América Latina, o prefeito Bruno Covas autorizou a compra sem licitação suprimentos relacionados ao combate à doença.

Com mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil registra 300 casos de novos coronavírus (a grande parte nos estados de São Paulo e Rio), e as autoridades preveem uma intensificação da pandemia nas próximas semanas.

A primeira vítima no terrotório brasileiro, que morreu na segunda-feira, foi um homem de 62 anos, que sofria de diabetes e hipertensão.

As autoridades de São Paulo estão investigando as causas de outras quatro mortes que podem ser decorrentes da Covid-19.

Bolsonaro já havia descrito as respostas globais à pandemia como "histéricas", e no domingo saiu para confraternizar e tirar fotos com dezenas de apoiadores, apesar do fato de que pelos menos 14 membros da delegação que o acompanhou aos Estados Unidos de 7 a 10 de março terem sido diagnosticados positivamente.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, recomendou isolamento a Bolsonaro, enquanto se aguarda a conclusão dos três testes planejados. O primeiro foi negativo e o segundo foi realizado na terça-feira.

A cumplicidade de Bolsonaro com os manifestantes, que criticaram o Congresso e a Suprema Corte, acentuou o desconforto de muitos de seus aliados conservadores que apoiaram sua eleição em 2018.

A deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP), uma das autoras do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016, pediu que Bolsonaro renuncie e deixe o cargo para o vice-presidente Hamilton Mourão.

A atitude de Bolsonaro no domingo "é um crime contra a saúde pública. Esse homem tem que deixar a Presidência da República (...), deixe Mourão liderar o país (...). As autoridades precisam se unir para tirá-lo do poder ", disse Paschoal.

Bolsonaro rebateu as acusações e denuncia uma "luta pelo poder".

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