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Após acordo histórico, Reino Unido encara os desafios do Brexit

Após o alívio de alcançar um acordo comercial pós-Brexit no último minuto com Bruxelas, o Reino Unido encara os desafios de sua nova vida, sem o jugo da União Europeia (UE) e com poucos dias para a preparação

AFP
25/12/2020 às 11:19.
Atualizado em 24/03/2022 às 00:11

Após o alívio de alcançar um acordo comercial pós-Brexit no último minuto com Bruxelas, o Reino Unido encara os desafios de sua nova vida, sem o jugo da União Europeia (UE) e com poucos dias para a preparação.

A assinatura de um compromisso histórico, após longas e árduas negociações, evitou o pior: uma ruptura brutal que teria provocado tarifas e cotas, assim como o bloqueio das águas britânicas para embarcações de pesca europeias a partir de 31 de dezembro às 23H00 GMT.

Porém, a saída do mercado único e o fim da livre circulação representarão mudanças colossais para os britânicos, quatro anos e meio depois do referendo do Brexit e após quase meio século de integração europeia.

Em uma mensagem de vídeo, o primeiro-ministro Boris Johnson apresentou o acordo como um "presentinho para quem procurava algo para ler na sonolenta sobremesa da ceia de Natal".

"Aqui está: notícias satisfatórias, isto é um acordo, um acordo para aportar segurança às empresas e aos viajantes e a todos os investidores no nosso país a partir de 1º de janeiro", celebrou o chefe de Governo.

O acordo com Bruxelas representa uma vitória para Johnson, que tinha este ano para preparar a saída do país do bloco. A pandemia, no entanto, alterou os planos.

O Reino Unido é um dos países mais afetados pela covid-19, com quase 70.000 mortos.

Com a detecção de uma nova cepa mais contagiosa, o país ficou repentinamente isolado e milhares de caminhões permaneceram bloqueados na fronteira com o continente, o que provocou temores de falta de abastecimento de produtos básicos.

As imagens dos caminhões parados nos arredores do porto de Dover deram uma impressão do que poderia acontecer em caso de fracasso nas negociações comerciais com Bruxelas.

Com o novo tratado comercial, a UE oferece ao ex-sócio um acesso inédito sem tarifas nem cotas para seu imenso mercado de 450 milhões de consumidores.

A abertura será acompanhada de condições estritas: as empresas do Reino Unido terão que respeitar um determinado número de normas que evoluirão com o passar do tempo nas áreas de meio ambiente, direitos trabalhistas e fiscais, para evitar qualquer tipo de concorrência desleal.

Sobre os direitos de pesca, o último obstáculo nas negociações, o acordo dá aos pescadores europeus acesso às águas britânicas durante um período de transição de cinco anos e meio, até junho de 2026.

Durante o período transitório, a UE renunciará a 25% de sua cota anual nas águas britânicas, avaliada em quase 650 milhões de euros anuais (800 milhões de dólares).

A UE promete ajudar o setor, que considera o "grande perdedor" do acordo, embora o pacto tenha sido apresentado como "equilibrado" e algo que permitirá "deixar o Brexit para trás em definitivo", nas palavras da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

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