A vacina anticovid da AstraZeneca é eficaz em pessoas com mais de 65 anos e também onde estão circulando variantes preocupantes do vírus, disseram especialistas da OMS nesta quarta-feira (10), abrindo caminho para sua autorização e distribuição em dezenas de países, incluindo da América Latina
A vacina anticovid da AstraZeneca é eficaz em pessoas com mais de 65 anos e também onde estão circulando variantes preocupantes do vírus, disseram especialistas da OMS nesta quarta-feira (10), abrindo caminho para sua autorização e distribuição em dezenas de países, incluindo da América Latina.
O Grupo de Especialistas em Assessoria Estratégica sobre Imunização (SAGE), composto por 15 membros da OMS, emitiu recomendações provisórias sobre quando e como usar esta vacina, que ainda não foi aprovada pela OMS.
A notícia vem após a vacina desenvolvida pelo laboratório britânico AstraZeneca e pela Universidade de Oxford sofrer alguns contratempos nas últimas semanas.
"As novas diretrizes da OMS são um passo importante na expansão do acesso à vacina Oxford-AZ a todos os cantos do mundo", disse Andrew Pollard, da Universidade de Oxford.
Esta imunização com vetor viral é uma parte vital do portfólio da Covax, o sistema liderado pela OMS para adquirir vacinas anticovid e garantir seu acesso equitativo em todo o mundo.
Representa quase todas as 337,2 milhões de doses que a Covax deseja distribuir no primeiro semestre de 2021, das quais 35,6 milhões começarão a ser enviadas a partir de meados de fevereiro para cerca de trinta países e territórios nas Américas.
De Washington, Carissa Etienne, diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), escritório regional da OMS, reafirmou sua "confiança" na oferta da Covax, que também planeja entregar doses da vacina Pfizer/ BioNTech a quatro países da região.
"Com base nas evidências que agora temos sobre as variantes preocupantes, estamos confiantes de que nosso portfólio crescente de vacinas contra a covid-19 continua útil e nos guiará até o fim desta pandemia", disse.
"Nossa confiança não diminuiu", ressaltou em coletiva de imprensa.
Até agora, 20 países nas Américas relataram pelo menos uma das três variantes preocupantes da covid-19 detectadas primeiramente no Reino Unido, África do Sul e Brasil, de acordo com dados da OPAS.
"Não há dados hoje sobre se esta nova variante identificada na África do Sul pode mudar a eficácia da vacina para casos graves, que é o principal objetivo do uso", enfatizou o vice-diretor da OPAS, Jarbas Barbosa.
Barbosa disse que a OMS decidirá "na sexta ou na segunda-feira" se concederá a autorização de uso emergencial da vacina AstraZeneca/Oxford e das doses produzidas na Índia e na Coreia do Sul.
A vacina Pfizer/BioNTech é, até à data, a única que recebeu a aprovação emergencial da OMS em 31 de dezembro.
A vacina AstraZeneca/Oxford foi aprovada em vários países e na União Europeia. Alguns governos, no entanto, preferiram recomendar seu uso apenas para pessoas menores de 65 anos, ou até mesmo de 55, devido à falta de dados suficientes sobre sua eficácia nos mais idosos.
Além disso, no domingo, a África do Sul informou que um estudo mencionava a eficácia "limitada" dessa vacina contra a variante detectada no país, considerada mais contagiosa e em grande parte responsável pela segunda onda da epidemia na região.
Alejandro Cravioto, que preside o SAGE, disse que o grupo aconselha "que a vacina seja aplicada em pessoas a partir dos 18 anos, sem limite de idade".