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Apesar do coronavírus, doentes devem continuam seus tratamentos

Os pacientes que sofrem de doenças crônicas devem manter seus tratamentos apesar da pandemia de coronavírus - insistem as autoridades de saúde, que também alertam para a importância da vacinação durante esse período

AFP
01/04/2020 às 12:07.
Atualizado em 31/03/2022 às 05:49

Os pacientes que sofrem de doenças crônicas devem manter seus tratamentos apesar da pandemia de coronavírus - insistem as autoridades de saúde, que também alertam para a importância da vacinação durante esse período.

"Esta semana, o serviço (de pneumologia) não recebeu nenhum de seus pacientes regulares: as pessoas têm tanto medo que não aparecem. Mas elas não podem desaparecer assim", explica Béthsabée Garel, do hospital Cochin de Paris.

No momento, essa dermatologista reforça este serviço na linha de frente contra condições respiratórias relacionadas ao coronavírus.

Ao mesmo tempo, mantém consultas em seu departamento de câncer dermatológico. "Mas não acho que as pessoas mais velhas apareçam. É uma pena", diz.

Alguns temem ir ao hospital e encontrar dezenas de pacientes infectados com o coronavírus. Outros não se atrevem a entrar em contato com os médicos, os quais imaginam estarem sobrecarregados da pandemia.

Para Patrick (nome fictício), que tinha uma consulta de controle pós-operatório, pesam as duas coisas. Ele ficou surpreso quando sua clínica confirmou seu exame no dia anterior.

"Achava que teriam coisas mais importantes para fazer. De qualquer forma, não faria uma ressonância magnética. Como ter certeza de que desinfectam a máquina após cada paciente?", disse à AFP.

Além da COVID-19, "as outras patologias ainda estão em nosso radar", esclarece o dr. Elie Azoulay, do Hospital Saint-Louis de Paris. "Reservamos leitos (para esses pacientes), mas eles não vêm", acrescenta.

Tendo vivido uma situação semelhante durante os anos da grande epidemia de aids, Azoulay tem certeza de que "muitos não vêm por medo de serem infectados. Há também aqueles que não vêm visitar seus entes queridos por esse motivo".

Ao mesmo tempo, o confinamento imposto em muitos países como a França também reduziu o número de "acidentes de trânsito. E as pessoas fazem menos esforço. Por isso, temos menos ataques cardíacos e cardiovasculares".

No leste da França, por exemplo, uma das regiões mais afetadas pela pandemia de coronavírus, "a atividade no departamento de emergência caiu seis vezes", relata o médico Marc Noizet, chefe do setor de emergência do Hospital de Mulhouse, embora saturado pela COVID-19.

"É incrível. Também temos menos apendicite, menos oclusões (intestinais)...", descreve.

"Embolia pulmonar, flebite, peritonite não cessam, devido ao vírus", reforça Christian Lehmann, clínico-geral na região de Paris.

"Mesmo em tempos de crise, os cuidados básicos devem continuar: bebês nascem, vacinas precisam ser dadas, e as pessoas ainda precisam de tratamentos vitais", afirmou na segunda-feira (30) o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

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