INTERNACIONAL

Apesar de Trump, os estudantes chineses ainda sonham com os EUA

Mesmo com a hostilidade de Donald Trump e a discriminação pela COVID-19, muitos chineses aceitos pelas universidades nos Estados Unidos vivem as cruéis dificuldades para realizar o sonho norte-americano, mas isso não provoca a desistência

AFP
15/08/2020 às 13:14.
Atualizado em 25/03/2022 às 16:06

Mesmo com a hostilidade de Donald Trump e a discriminação pela COVID-19, muitos chineses aceitos pelas universidades nos Estados Unidos vivem as cruéis dificuldades para realizar o sonho norte-americano, mas isso não provoca a desistência.

Frequentemente eles investiram muito dinheiro e muitos anos de preparação para serem admitidos nas melhores universidades americanas, convencidos de que oferecem uma qualidade de ensino muito superior à da China.

Mas estes estudantes são vítimas colaterais das tensões que se acumulam entre Pequim e Washington, pela situação em Hong Kong ou a rivalidade comercial e tecnológica.

"As medidas são cada vez mais estreitas", lamenta Li Boxiong, de 18 anos, futuro estudante de Economia. Aceito pela Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, está bloqueado na China pois o serviço de vistos norte-americanos está fechado.

Cerca de 400.000 chineses estudam nos Estados Unidos.

Mais de um terço dos 1,09 milhão de estudantes estrangeiros matriculados em 2019 foram responsáveis por injetar 44 bilhões de dólares na economia norte-americana, segundo o Instituto de Educação Internacional (IEE), com sede em Nova York.

Os Estados Unidos anunciaram no final de maio a intenção de proibir estudantes vinculados ao exército chinês para garantir a segurança da pesquisa universitária.

Outro obstáculo é a COVID-19, que preocupa dezenas de estudantes procurados pela AFP.

A China, país onde foi detectado o coronavírus pela primeira vez no final de 2019, em geral está controlado, "mas a epidemia está mal administrada nos Estados Unidos", disse Li Boxiong.

"Se continuar sendo tão grave, no próximo ano irei pleitear ir ao Reino Unido ou Canadá", completou.

A COVID-19 faz com que muitas universidades continuem fechadas e a maioria siga apenas com cursos online.

"Todas estas restrições são uma perda para os Estados Unidos e os estudantes estrangeiros", lamenta Li Boxiong, obrigado a seguir fazendo cursos online.

Como ele, a maioria dos estudantes não tem a intenção de renunciar a seus sonhos.

"Estados Unidos estão longe de ser perfeitos, mas os conflitos e as manifestações mostram que a liberdade de expressão nunca será um obstáculo", disse Lin Xiaobin, matriculada em Matemática na Universidade da Califórnia, em Los Ángeles.

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