INTERNACIONAL

Ao menos 2.500 pessoas são presas na Rússia em atos pró-Navalny

A Rússia viveu neste sábado (23) uma das maiores manifestações registradas nos últimos anos no país, convocadas pelo opositor russo detido Alexei Navalny, que encontra-se preso após retornar ao país

AFP
23/01/2021 às 17:11.
Atualizado em 23/03/2022 às 18:52

A Rússia viveu neste sábado (23) uma das maiores manifestações registradas nos últimos anos no país, convocadas pelo opositor russo detido Alexei Navalny, que encontra-se preso após retornar ao país. Nela, mais de 2.500 pessoas foram presas e foram registrados protestos em diversas cidades, principalmente em Moscou.

As principais manifestações ocorreram em Moscou e São Petersburgo, com cerca de 20.000 participantes em cada cidade, segundo jornalistas da AFP.

Manifestações também foram realizadas em uma centena de outras cidades, em um movimento de protesto inédito na história recente da Rússia. Ao contrário do que aconteceu neste sábado, as mobilizações de oposição de 2012 e 2019 se concentraram principalmente em Moscou. Além disso, em 2017-2018, houve grandes manifestações contra a reforma previdenciária.

A multidão gritava frases como "Putin ladrão", "Navalny, estamos com você" e "Liberdade para os presos políticos".

Em Moscou, jornalistas da AFP assistiram a detenções violentas e a choques entre policiais e participantes na concentração.

Alguns dos manifestantes foram espancados com cassetetes, e centenas de pessoas se reuniram gritando "liberdade!" não muito longe de um centro prisional no norte da capital russa.

Muitos manifestantes fugiram antes da chegada dos policiais, situados perto da prisão, de acordo com um jornalista da AFP.

Leonid Volkov, membro da equipe Navalny, afirmou que "entre 250.000 e 350.000 pessoas" foram "às ruas" em toda a Rússia.

Yulia Navalnaya, esposa de Navalny, foi presa hoje na capital russa, conforme anúncio da própria em sua conta no Instagram.

"Desculpem pela má qualidade [da foto], a luz é ruim no furgão policial", escreveu, ironicamente, em sua página, ao publicar uma "selfie".

Mais cedo, nesta mesma rede social ela havia manifestado sua intenção de protestar em Moscou em apoio a seu marido, que "não se rende nunca".

Outros cidadãos protestaram em silêncio, com faixas que diziam "Não tenho medo", ou "Não à ditadura".

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, lamentou no Twitter "as prisões em massa" e o "uso desproporcional da força", e disse que na segunda-feira iria discutir "as próximas etapas com os ministros das Relações Exteriores" da União Europeia.

Ao longo do dia, a equipe do ativista anticorrupção publicou vídeos dessas manifestações, onde dezenas, centenas e até milhares de pessoas chamavam o presidente Vladimir Putin de "ladrão" e clamavam "Navalny, estamos com você", ou "Liberdade para os presos políticos".

Esta jornada de protestos, organizada por Navalny e por seus seguidores, é o mais importante desde outros similares, também liderados pelo ativista, no verão de 2019 em Moscou.

Também acontecem alguns meses antes das eleições legislativas marcadas para o outono boreal (primavera no Brasil), em um contexto de queda da popularidade do partido da situação, o Rússia Unida.

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