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Andrzej Duda, o presidente polonês fiel ao poder conservador e nacionalista

O presidente da Polônia, Andrzej Duda, que conseguiu no domingo (12) a reeleição no segundo turno, é um apoio fiel do partido conservador nacionalista que governa o país

AFP
13/07/2020 às 09:04.
Atualizado em 25/03/2022 às 22:54

O presidente da Polônia, Andrzej Duda, que conseguiu no domingo (12) a reeleição no segundo turno, é um apoio fiel do partido conservador nacionalista que governa o país.

Sua vitória, apesar das competências limitadas de um chefe de Estado na Polônia, garante a estabilidade ao projeto político do Partido Direito e Justiça (PiS) durante os próximos cinco anos.

Em uma campanha dura, na qual contou com o apoio do governo e de todos os meios de comunicação públicos, controlados pelo partido governista, Duda venceu por pequena margem o outro candidato no segundo turno, o prefeito centrista de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, de acordo com os resultados oficiais divulgados nesta segunda-feira (13).

Jurista conservador de 48 anos e eleito presidente em 2015, Duda raramente expressou oposição às iniciativas do partido Pis, liderado por Jaroslaw Kaczynski, e promulgou sua generosa política social, assim como as reformas que fragilizam o Estado de direito.

"É um homem de partido, que executa ordens", afirmou à AFP o cientista político Stanislaw Mocek, reitor da Universidade Collegium Civitas de Varsóvia.

Formado em Direito pela Universidade Jagellonne de Cracóvia em 1996, Andrzej Duda se aproximou do PiS em 2005, no momento em que o partido de Jaroslaw Kaczynski preparava seu primeiro governo. O poder do líder do PiS foi reforçado na ocasião com o de seu irmão gêmeo Lech Kaczynski, morto em uma catástrofe aérea cinco anos mais tarde.

Andrzej Duda se declara herdeiro espiritual de Lech Kaczynski.

Eleito em 2011 deputado pelo PiS e em 2014 deputado europeu, Duda era praticamente um desconhecido quando Jaroslaw Kaczynski o designou candidato à presidência da República.

De sorriso fácil, Duda critica a Convenção Europeia sobre a Violência Doméstica, a fertilização in vitro e o que chama de "ideologia LGBT", que segundo ele é "mais destrutiva que o comunismo". Esta última declaração provocou muitos protestos na Polônia e no exterior.

Católico praticante, se declara favorável ao endurecimento da lei contra o aborto no país, que já é uma das mais restritivas da Europa.

Duda apoiou um amplo pacote de ajudas sociais introduzido pelo PiS, em particular o de reduzir de 67 para 65 anos a idade de aposentadoria e a concessão de uma ajuda mensal de de 500 zlots (126 dólares) por filho.

Na política estrangeira, Andrzej Duda atua desde o início para reforçar os vínculos com a Otan e os Estados Unidos, que mobilizaram tropas na região, em resposta à política agressiva da Rússia na vizinha Ucrânia.

Quatro dias antes do primeiro turno da eleição presidencial, Duda se tornou o primeiro líder estrangeiro a visitar a Casa Branca desde o início da pandemia de COVID-19. O presidente americano Donald Trump não poupou elogio ao "amigo" polonês por seu "excelente trabalho".

Sem declarar-se abertamente eurocético, Duda chama a União Europeia de "comunidade imaginária da qual há pouco a ser retirado".

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