A pandemia de COVID-19 manteve nesta quarta-feira (10) seu firme avanço na América Latina, onde as mortes passaram de 70.000, enquanto a Europa avançou para a normalização, com a ideia de abrir suas fronteiras ao mundo desde julho.
O continente americano de mantém como o epicentro da crise sanitária do novo coronavírus e concentra quase metade dos 414.484 falecimentos ao redor do mundo e dos 7.336.671 contágios, segundo um balanço baseado em fontes oficiais.
Apesar do avanço sustentado no Brasil, o país mais afetado da América Latina pela COVID-19, a cidade de São Paulo reabriu o comércio nesta quarta, como parte de um processo de retomada gradual das atividades.
O país registrou 1.274 novos óbitos nas últimas 24 horas, totalizando 39.680, e soma 772.416 casos registrados, com um acréscimo de 32.913 desde a terça-feira.
Com estes números, o Brasil tem mais da metade dos 71.104 falecimentos na região. É, ainda, o terceiro país em número de mortes, atrás dos Estados Unidos e do Reino Unido, e o segundo no total de casos, atrás apenas dos Estados Unidos.
No entanto, a flexibilização continuará em São Paulo - a cidade mais populosa do país, com 12 milhões de habitantes - com a reabertura nesta quinta de shopping centers, na véspera do Dia dos Namorados.
No mesmo dia também vão abrir os shoppings no Rio de Janeiro, a segunda cidade do país em número de habitantes, com 6,7 milhões de habitantes.
Embora o presidente Jair Bolsonaro promova a retomada da atividade econômica desde o início das restrições nos estados, especialistas consideram apressada sua flexibilização, visto que a curva de contágios continua subindo.
As preocupações no Brasil abrangem outro problema: na Amazônia, onde vivem populações vulneráveis, o início da temporada de incêndios florestais poderia agravar a já complexa situação de saúde.
O México é o segundo país latino-americano com mais mortes na pandemia: 14.649 para uma população de 120 milhões de habitantes, seguido do Peru, com 33 milhões de pessoas e onde há 5.903 vítimas fatais.
No Chile também se multiplicam os casos, assim como no Panamá e na Costa Rica, sobretudo na fronteira com a Nicarágua, e no Haiti e no Suriname.
O clima vai adicionar complicações à situação no continente.
Segundo a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), o início do inverno austral aumentará a incidência de doenças respiratórias na América do Sul e a intensa temporada de furacões nos próximos meses no Atlântico também complicará a resposta à pandemia nas Américas do Norte e Central, especialmente no Caribe, disse na terça-feira a diretora da OPAS, Carissa Etienne.
Os Estados Unidos superaram as 112.000 mortes por COVID-19. Mas Miami, cidade da Flórida dependente do turismo, abriu nesta quarta-feira suas praias, com controles e medidas de prevenção, após mantê-las fechadas desde 23 de março.