No mesmo dia em que a Europa abria suas fronteiras internas, a pandemia voltou a dar sinais de aceleração na América Latina e no Caribe, onde foi superada nesta segunda-feira (15) a barreira de 80
No mesmo dia em que a Europa abria suas fronteiras internas, a pandemia voltou a dar sinais de aceleração na América Latina e no Caribe, onde foi superada nesta segunda-feira (15) a barreira de 80.000 mortes por COVID-19, mais da metade registradas no Brasil.
Em meio ao temor de uma segunda onda de infecções após o registro de uma centena de casos em Pequim, o novo coronavírus soma mais de 8 milhões de contágios e 435.176 mortes no mundo, segundo contagem da AFP, com base em cifras oficiais.
E a América Latina sofre um duro golpe: desde que a doença fez a primeira vítima na região, em março, foram registradas 80.505 mortes no total, das quais 43.959 no Brasil, o segundo país do mundo em número de óbitos depois dos Estados Unidos.
Enquanto isso, os contágios na região alcançaram 1.681.378, a maioria também no Brasil, com um total de 888.271 nesta segunda. Assim, o Brasil sozinho, com 212 milhões de habitantes, supera os 865.013 casos registrados oficialmente em toda a Ásia.
O México, cujo governo considera que o pior já passou e retoma as atividades, segue o Brasil entre os países mais afetados pela pandemia na região: as mortes chegam a 17.141 e os casos confirmados já são 146.837, em uma população de 120 milhões de pessoas.
O Peru, onde 229.736 pessoas se infectaram com a COVID-19, tem a segunda maior quantidade de infecções da região depois do Brasil. Além de ter matado 6.688 pessoas no país, o vírus provocou uma queda histórica de 40,49% interanual do PIB em abril, informou o governo.
A pandemia tampouco dá trégua no Chile, onde a quarentena foi prorrogada em Santiago, em meio a um crescimento acelerado nas últimas semanas, alcançando 179.436 casos e 3.362 óbitos.
Enquanto isso, no Equador, outro dos países latino-americanos mais impactados, foram retomados os voos domésticos a Guayaquil, epicentro nacional da pandemia.
Embora o governo de Donald Trump tenha dito que não voltará a fechar a economia se houver uma retomada das infecções, nos Estados Unidos também se teme uma segunda onda de casos.
O país é o que soma mais óbitos (115.732). Ainda que o número de mortes diárias tenha diminuído, cerca de 20.000 contágios são registrados a cada 24 horas.
Nesta segunda, o país registrou menos de 400 mortes relacionadas com a COVID-19 em 24 horas pelo segundo dia seguido, segundo cifras da Universidade Johns Hopkins, referência no acompanhamento de dados da pandemia.
Com 385 mortes contabilizadas desde a noite de domingo, o país alcançou o menor balanço diário desde o fim de março.
No campo médico, as autoridades sanitárias americanas retiraram a autorização para uso emergencial da hidroxicloroquina, medicamento defendido por Trump e pelo colega brasileiro, Jair Bolsonaro. A decisão foi tomada em função da falta de eficácia do remédio e da preocupação com seus riscos.
Trump, que planeja celebrar um grande comício em Oklahoma, assegurou que estava prevista a ocorrência de novos casos, diante do avanço do vírus em alguns estados em meio aos protestos antirracistas. "Vamos nos ocupar dos pontos críticos", assegurou.