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Alemanha pede mais restrições para frear uma pandemia que afeta saúde e direitos

A chanceler alemã, Angela Merkel, admitiu nesta quarta-feira (9) que as restrições em vigor não são suficientes para reduzir o número de mortes e contágios de uma pandemia que, além de óbitos e da crise econômica, está mostrando as fragilidades da sociedade e serve de pretexto para violar direitos fundamentais - advertiu a ONU

AFP
09/12/2020 às 11:30.
Atualizado em 24/03/2022 às 03:58

A chanceler alemã, Angela Merkel, admitiu nesta quarta-feira (9) que as restrições em vigor não são suficientes para reduzir o número de mortes e contágios de uma pandemia que, além de óbitos e da crise econômica, está mostrando as fragilidades da sociedade e serve de pretexto para violar direitos fundamentais - advertiu a ONU.

Nesta quarta-feira, Merkel pediu restrições mais severas para conter o número de mortes e contágios por coronavírus no país, que registrou nas últimas 24 horas 590 vítimas fatais por covid-19 e tem uma média de 20.000 novos casos diários.

"Há muito contato" entre as pessoas, afirmou a chanceler, que considerou "apropriadas" as propostas de um grupo de especialistas que defendem o fechamento entre o Natal e meados de janeiro de todos os estabelecimentos não alimentícios e também das escolas.

"Lamento muito, mas pagar um preço diário de 590 mortes, do meu ponto de vista, não é algo aceitável", acrescentou.

A pandemia provocou mais de 1,5 milhão de mortes em todo mundo e 68 milhões de contágios, mais de 20 milhões deles na Europa, desde que foi detectado pela primeira vez no fim de 2019, conforme balanço da AFP com base em dados oficiais.

Nos Estados Unidos, país mais afetado do mundo pela doença, com 286.000 óbitos e mais de 15 milhões de contágios, o presidente eleito, Joe Biden, prometeu que seu futuro governo vacinará ao menos 100 milhões de cidadãos nos primeiros 100 dias no cargo.

Também durante os 100 dias, o presidente eleito ordenará o uso obrigatório de máscara em todos os locais sob sua autoridade, de edifícios federais até os trens, e recomendará a governadores e prefeitos que façam o mesmo.

Biden advertiu, no entanto, que os esforços de vacinação "vão desacelerar e estagnar", se o Congresso não chegar a um acordo para aprovar um pacote de estímulo para a economia.

Em caso contrário, "milhões de americanos podem esperar meses para receber a vacina", disse.

Analistas preveem que a agência reguladora dos Estados Unidos autorizará o uso em caráter emergencial das vacinas Pfizer-BioNTech e do laboratório Moderna nos próximos dias.

Na terça-feira, o presidente Donald Trump assinou um decreto para estabelecer a prioridade aos americanos antes de enviar vacinas para outros países.

Atualmente, há 51 vacinas potenciais, 13 delas na etapa final dos testes clínicos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Três delas estão particularmente avançadas: a da Pfizer/BioNTech, a da Moderna e a desenvolvida pela AstraZeneca e a universidade britânica de Oxford.

O Reino Unido se tornou na terça-feira o primeiro país ocidental a iniciar uma campanha de vacinação em larga escala. Margaret Keenan, uma idosa de 90 anos, foi a primeira a receber a vacina da Pfizer/BioNTech no país mais enlutado da Europa, com 62.000 mortos.

Rússia e China também começaram a vacinar uma pequena parte da população com vacinas produzidas localmente.

Na China, que registrou os primeiros casos de coronavírus há um ano, a cidade de Wuhan (centro) organizou nas últimas horas testes em mais de 250.000 pessoas, depois que um pequeno número de casos foi detectado na cidade de Chengdu (sul).

Além de mais de 1,5 milhão de mortes e de uma crise financeira com efeitos ainda incertos, a pandemia também "deixou em descoberto todas as fissuras e fragilidades das nossas sociedades" e colocou o respeito dos direitos fundamentais nas cordas, lamentou a alta comissária para os direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, nesta quarta-feira.

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