INTERNACIONAL

Alemanha expressa 'séria preocupação' com plano israelense de anexação

O ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, manifestou, nesta quarta-feira (10), a "séria preocupação" de seu país, assim como da União Europeia (UE), a respeito do projeto israelense de anexação de zonas de Cisjordânia ocupada

AFP
10/06/2020 às 12:41.
Atualizado em 27/03/2022 às 16:57

O ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, manifestou, nesta quarta-feira (10), a "séria preocupação" de seu país, assim como da União Europeia (UE), a respeito do projeto israelense de anexação de zonas de Cisjordânia ocupada.

Em uma entrevista coletiva junto com o chanceler israelense, Gabi Ashkenazi, Maas declarou ter-lhe comunicado "a posição alemã e a séria preocupação (...) sobre as possíveis consequências" do polêmico projeto de anexação.

"Pensamos, como a União Europeia, que a anexação é incompatível com o Direito Internacional", acrescentou, pedindo que sejam retomadas as negociações entre israelenses e palestinos.

Ele reiterou ainda o apoio de Berlim à solução de dois Estados.

A visita de Maas é a primeira de um funcionário europeu de alto escalão desde a posse do novo governo israelense, em meados de maio.

Em 1o de julho, começa a presidência semestral alemã da UE. Também é a partir desta data que o governo de Israel tem de apresentar sua estratégia sobre o plano proposto pelos Estados Unidos para o Oriente Médio.

Anunciado no final de janeiro em Washington, este projeto promove a anexação israelense de suas colônias e do Vale do Jordão na Cisjordânia - um território palestino ocupado por Israel há mais de 50 anos - e a criação de um Estado palestino em um território amputado.

Hoje, cerca de 450.000 colonos vivem na Cisjordânia entre mais de 2,7 milhões de palestinos.

A UE, que se opõe totalmente ao plano, pediu ao governo israelense que renuncie à anexação, lembrando-o de que a colonização é contrária ao Direito Internacional.

Já Israel quer evitar uma forte reação dos países europeus.

Embora Washington seja o primeiro aliado diplomático do Estado hebreu, Bruxelas é seu primeiro sócio comercial, com trocas que passaram de 30 bilhões de euros (US$ 34 bilhões) no ano passado, segundo dados europeus.

O polêmico projeto também será abordado no encontro entre o ministro alemão e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e seu titular da Defesa, Benny Gantz.

Na sequência, Maas irá para a Jordânia, sem passar por Ramallah, na Cisjordânia, sede da Autoridade Palestina, por ter "pouco tempo" e devido às medidas anticoronavírus, conforme Berlim.

Heiko Maas conversará com o primeiro-ministro palestino, Mohamed Shtayyeh, por videoconferência, de Amã, onde também se reunirá com o chanceler jordaniano, Ayman Safadi.

"Pela primeira vez, os aliados políticos europeus falam de sanções contra Israel, porque nós pedimos", disse na terça-feira o premier Mohamed Shtayyeh, completando: para que "Israel sinta a pressão internacional".

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