O conselho de ministros da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) adotou nesta sexta-feira (19) uma resolução que critica o Irã por não aceitar a inspeção de dois locais suspeitos de abrigarem no passado atividades nucleares não declaradas - informaram à AFP fontes diplomáticas
O conselho de ministros da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) adotou nesta sexta-feira (19) uma resolução que critica o Irã por não aceitar a inspeção de dois locais suspeitos de abrigarem no passado atividades nucleares não declaradas - informaram à AFP fontes diplomáticas.
Esta é a primeira resolução crítica a respeito do Irã por parte da agência da ONU desde 2012. O texto foi adotado em Viena, em um contexto de tensão cada vez maior, devido ao programa nuclear de Teerã.
Durante as discussões antes da votação, Teerã disse aos 35 integrantes do conselho que "uma decisão política comprometeria o nível atual de cooperação entre o Irã e a Agência".
A inspeção dos agentes da AIEA em determinados lugares vinculados ao programa nuclear iraniano é crucial na cooperação e um dos pilares do acordo internacional de 2015, assinado entre Teerã e a comunidade internacional para impedir que o Irã desenvolva armas nucleares.
O texto votado nesta sexta-feira recorda ao Irã sua obrigação de cooperar com a AIEA, apesar de Teerã impedir desde janeiro o acesso a dois locais e se recusar a dar explicações sobre um terceiro.
De acordo com fontes diplomáticas, a resolução foi apresentada por Alemanha, França e Reino Unido, enquanto China e Rússia votaram contra o texto. Os cinco países se esforçam com frequência para apresentar uma posição única para salvar o acordo de 2015, que está na corda bamba desde a saída unilateral dos Estados Unidos em 2018.
No momento, um texto assim teria sobretudo um valor simbólico, mas pode ser o primeiro passo para enviar o caso ao Conselho de Segurança da ONU, que pode adotar sanções.
As supostas atividades nucleares que a agência da ONU deseja verificar teriam acontecido há 15 anos no Irã. Nada indica que continuem, ou que representem uma ameaça no momento.
Teerã considera que "não pode atender todas as solicitações baseadas em acusações mal-intencionadas fabricadas por seus inimigos" e acusa Israel de ser a origem das acusações.
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