A África do Sul disse nesta quarta-feira (10) que está disposta a vender ou trocar um milhão de doses da vacina AstraZeneca, que descartou em favor do imunizante da Johnson & Johnson, após dúvidas sobre a eficácia da primeira contra a variante local do coronavírus
A África do Sul disse nesta quarta-feira (10) que está disposta a vender ou trocar um milhão de doses da vacina AstraZeneca, que descartou em favor do imunizante da Johnson & Johnson, após dúvidas sobre a eficácia da primeira contra a variante local do coronavírus.
No domingo, Pretória suspendeu o programa de vacinação programado para começar esta semana com o produto britânico AstraZeneca/Oxford, após um estudo que revelou uma eficácia "limitada" contra a nova variante sul-africana, 501Y.V2.
Os primeiros resultados do estudo da universidade de Witwatersrand (Joanesburgo), afirmam que AstraZeneca/Oxford é apenas 22% eficaz contra as formas moderadas da nova cepa e a eficácia contra as formas graves não é conhecida.
O ministro da Saúde anunciou que, em vista dos "resultados dos estudos de eficácia, (o governo) dará continuidade à planejada primeira etapa da vacinação, inoculando a vacina Johnson & Johnson em vez da AstraZeneca".
"A eficácia da vacina Johnson & Johnson contra a variante 501Y.V2 foi comprovada", disse Zweli Mkhize, sem esclarecer a data de início da campanha.
O governo do país africano mais atingido pelo coronavírus estabeleceu a meta de vacinar 40 milhões de pessoas (67% de sua população) até o final do ano.
Assim, em 1º de fevereiro, recebeu um milhão de doses da AstraZeneca, que em tese expiraria no final de abril, e mais 500 mil eram esperadas para este mês.
O ministro afirmou que essas doses não serão desperdiçadas.
"Nossos cientistas vão continuar discutindo seu uso" no país, apontando a possibilidade de administrá-la para ver se previne formas graves da doença ligada à 501Y.V2.
Uma opção estudada é vender ou trocar seus lotes com países afetados pela cepa original da covid-19. Conforme os cientistas decidem, "as vacinas serão trocadas antes do prazo de validade", disse Mkhize, afirmando que "já há países nos pedindo para comprá-las".
Nove milhões de doses foram encomendadas da Johnson & Johnson, e uma primeira entrega em pequenas quantidades está prevista para a próxima semana. A primeira remessa seria usada como "estoque de pesquisa", disse o ministro.
A farmacêutica sul-africana Aspen, fabricante licenciada da vacina Johnson & Johnson, "está muito determinada a aumentar a produção", disse Mkhize, e as primeiras doses estarão disponíveis em abril.
Contatada pela AFP, Aspen indicou que "não tem mais informações" sobre um acordo com a Johnson & Johnson e que qualquer comentário seria "prematuro".
A África do Sul está buscando acesso à US Pfizer por meio do mecanismo Covax da OMS.
O país registra quase 1,5 milhão de infecções e 47.000 mortes.
sch/sn/sva/blb/ger/age/mb/ap