INTERNACIONAL

Afetados pela segunda onda do vírus, holandeses adotam a máscara

Depois da aplicação de um confinamento muito mais flexível que o dos países vizinhos no início da pandemia, a Holanda finalmente adotou a máscara e outras medidas para enfrentar a segunda onda de contágios do novo coronavírus

AFP
02/10/2020 às 07:15.
Atualizado em 24/03/2022 às 13:31

Depois da aplicação de um confinamento muito mais flexível que o dos países vizinhos no início da pandemia, a Holanda finalmente adotou a máscara e outras medidas para enfrentar a segunda onda de contágios do novo coronavírus.

O governo teve que mudar finalmente de política e adotar a máscara, uma medida até agora ignorada em grande medida e considerada ineficaz e contraproducente pelas autoridades de saúde.

Utilizar a peça agora é "muito recomendado" em espaços públicos fechados como lojas, museus, estações ferroviárias e aeroportos.

Em uma rua comercial de Haia, perto do Parlamento, a mudança é notável: as máscaras estão presentes no cenário público.

"Acho incômodo, mas eu uso porque não quero ficar trancada", disse Maria Houweling, educadora de 48 anos, que defende a obrigatoriedade das máscaras "para evitar que o vírus continue se propagando".

Na Holanda, onde agora é proibido receber mais de quatro pessoas em casa ou comparecer a qualquer evento esportivo, as novas medidas tiveram uma recepção morna. O pragmatismo dos holandeses provocou uma aceitação, mas por quanto tempo?

Ante o avanço do novo coronavírus, os bares e restaurantes devem fechar as portas às 22h00, o horário de maior movimento.

"Todo o setor de restaurantes está passando por um ano difícil. E não sabemos o que esperar do futuro", declarou à AFP Bas Swillens, gerente de dois estabelecimentos em Haia, que citou um "sentimento de injustiça".

Desde o surgimento do vírus, a Holanda registra oficialmente 117.551 casos da doença, incluindo 6.393 mortes.

Até recentemente, o governo apostava principalmente no teletrabalho e no distanciamento físico de 1,5 metro, ao invés do fechamento antecipado do comércio e do uso de máscara, que era obrigatório apenas nos transportes públicos.

Mas diante da explosão de casos, o primeiro-ministro Mark Rutte pediu na quarta-feira aos compatriotas que utilizem as máscaras em quase todos os locais fechados, durante um debate na Câmara Baixa do Parlamento, quando muitos partidos pediram uma diretriz nacional.

O governante liberal se nega a tornar obrigatória a medida em locais diferentes dos transportes públicos. Rutte prefere deixar aos comerciantes a possibilidade de negar a entrada de um cliente sem máscara.

O primeiro-ministro, no entanto, cedeu à pressão de alguns políticos e à crescente demanda de parte da população por medidas mais estritas, embora continue cético.

"Não é como se funcionasse bem na Espanha e França", declarou recentemente.

O Instituto Holandês de Saúde Pública e Meio Ambiente (RIVM), que assessora o governo sobre a maneira de proceder desde o início da pandemia, registrou, como em outros países europeus, um forte aumento de casos, e antes do previsto.

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