Os dados sobre energia solar foram o principal tema do 2º Encontro da Frente Parlamentar de Combate à Crise Climática
Evento foi realizado na quarta-feira, na Câmara Municipal (Divulgação)
Piracicaba registra apenas 3,8% de adesão ao uso de energia solar, o menor índice entre os municípios paulistas com população entre 300 mil e 450 mil habitantes. O dado, apresentado pelo empreendedor do setor, Maurício Carvalho, mostra que temos adesão inferior a de Americana (5,4%), Ribeirão Preto (6%), Limeira (7%), São José do Rio Preto (8%) e Presidente Prudente (12%). A informação foi obtida a partir do cruzamento de dados do IBGE com a Aneel.
Os dados sobre energia solar foram o principal tema do 2º Encontro da Frente Parlamentar de Combate à Crise Climática, realizado na quarta-feira, na Câmara Municipal. Os benefícios e os obstáculos à expansão da energia solar na cidade foram o desaque do evento.
Para Maurício Carvalho, a energia solar representa uma escolha técnica e ambientalmente inteligente, especialmente em um país com clima tropical como o Brasil. Ele destacou que a abundância de radiação solar torna essa fonte compatível com a realidade nacional e reforçou sua relevância na transição para uma matriz energética limpa.
No plano econômico, Carvalho afirmou que o retorno do investimento em sistemas fotovoltaicos ocorre entre três e cinco anos, além de gerar economia direta para o poder público e a população.
Um exemplo citado foi o projeto do Ipasp, que, segundo Antonio Carlos Schiavon, presidente da autarquia, teria gerado uma economia mensal de 92% com energia elétrica. “A licitação foi finalizada, o contrato assinado, mas a concessionária CPFL recusou-se a receber o fluxo de energia”, revelou Schiavon, apontando a burocracia e a falta de receptividade como entraves.
A vereadora Silvia Morales, coordenadora da Frente Parlamentar, lamentou que a Lei nº 10.235/2024 ainda não tenha sido regulamentada e destacou a importância de construir a minuta do decreto regulamentador com participação coletiva. “A Frente precisa concentrar esforços para viabilizar a aplicação da norma”, disse.
Experiências bem-sucedidas, como a de Cordeirópolis, também foram apresentadas. Joaquim Dutra, ex-diretor de Meio Ambiente daquela cidade, explicou que a chave do sucesso foi um planejamento técnico estruturado, com equipe multidisciplinar e consultoria especializada.
Durante o encontro, a vereadora Rai de Almeida afirmou que as políticas climáticas devem ser tratadas como prioridade permanente e cobradas com seriedade pelo Executivo. Felipe Gema, por sua vez, destacou a importância de garantir a continuidade das ações ambientais por meio de compromissos institucionais, independentemente de mudanças no governo.
Ao final do encontro, prevaleceu o consenso de que Piracicaba precisa avançar com firmeza na regulamentação, planejamento e implementação da energia solar como política pública permanente.