Mais de quatro meses depois das legislativas na Irlanda, dois partidos de centro irlandeses e os Verdes votaram nesta sexta-feira (26) a favor de uma coalizão governamental tripartite, acordando, assim, formar um governo sem os nacionalistas do Sinn Fein
Mais de quatro meses depois das legislativas na Irlanda, dois partidos de centro irlandeses e os Verdes votaram nesta sexta-feira (26) a favor de uma coalizão governamental tripartite, acordando, assim, formar um governo sem os nacionalistas do Sinn Fein.
O avanço histórico em fevereiro do Sinn Fein, ex-vitrine política do IRA, grupo paramilitar contrário à presença britânica na Irlanda do Norte, sacudiu a paisagem política do país, onde os dois partidos de centro dividem o poder há um século.
Após meses de negociações em plena pandemia do novo coronavírus, os membros do Fianna Fail, do Fine Gael e do partido ecologista, deram luz verde nesta sexta a um acordo de coalizão em votações internas.
"Devemos participar e ajudar com nossos sócios da coalizão governamental a tirar nosso país de uma crise econômica verdadeiramente grave", declarou na noite de sexta-feira o líder dos Verdes, Eamon Ryan, ratificando o acordo, ao anunciar que os membros de seu partido votaram a favor em 76%.
Mais cedo, o Fine Gael, partido do primeiro-ministro em fim de mandato, Leo Varadkar, adotou o acordo com 80%, seguido depois pelo partido Fianna Fail (74%).
"O Fine Gael iniciará um terceiro mandato no governo e esta nova coalizão está unida, forte e à altura do desafio", havia dito o premiê de 41 anos, que assegura por enquanto a função como interino.
Uma votação será organizada no sábado em sessão parlamentar extraordinária para nomear o novo primeiro-ministro.
Se se considerar que Micheal Martin, de 59 anos, dirigente do Fianna Fail, que obteve o primeiro grupo parlamentar com 38 dos 160 assentos, será o primeiro chefe do Executivo até dezembro de 2022.
Leo Varadkar, cujo partido, Fine Gael, foi derrotado com 35 assentos após uma campanha centrada no Brexit, deveria substituí-lo no Executivo depois dessa data.
Com um programa de esquerda, o Sinn Fein, favorável a uma reunificação com a Irlanda do Norte, encabeçou as legislativas com 24,5% dos votos.
Mas ao não apresentar candidatos suficientes, só se tornou a segunda força parlamentar, com 37 assentos.
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